O Corinthians assumiu sua condição na temporada. Fechou a casinha com três zagueiros, povoou o meio de campo e ficou apenas com Róger Guedes e Yuri Alberto com a responsabilidade de se virar na frente. Os laterais Fagner e Fábio Santos também foram importantes em três funções diante do Atlético dentro do Mineirão: eles ajudaram na marcação, reforçaram o meio defensivamente e ainda tiveram liberdade para se juntar aos dois da frente. Deu certo.
O Corinthians ganhou de 1 a 0, neste sábado, pela 14ª rodada do Brasileirão, com gol de Róger Guedes aos 39 minutos do primeiro tempo, em jogada de contra-ataque, mas que só foi possível por causa de um erro feio de passe de Mariano. O capitão atleticano deu a bola nos pés de Yuri Alberto, com sua defesa saindo para o ataque. “Fazia tempo que não marcava, sete jogos. Mas mantive a tranquilidade. Contra o América (pela Copa do Brasil no meio da semana), fizemos um grande jogo. O mérito é do professor (Luxemburgo) com a opção de três zagueiros. Eu e o Yuri ficamos lá na frente”, disse o atacante de cabelo platinado.
Luxemburgo também mudou o posicionamento do seu camisa 10, disparado o jogador mais lúcido do time nas últimas partidas, apesar da secura de gols. Guedes começou pela esquerda e ficou boa parte do jogo por ali, mas tinha liberdade para se movimentar. Foi visto na direita e no meio da área. Também andou atrasando bola na defesa para Cássio. Teve essa liberdade porque o meio de campo estava povoado, assim como a defesa.
O posicionamento do Corinthians era pelo resultado, e nada mais do que isso. Não teve técnica a não ser no lance do gol, quando Guedes tirou do goleiro Everson. De resto, era mais coração e disposição do que qualidade. O postura também só deu certo porque o Atlético-MG foi um time lento e sem pontaria. Aos 45 de bola rolando, tinha chutado 13 vezes contra o gol de Cássio, sendo que as melhores conclusões saíram do pé esquerdo de Pavón, que é destro.
Os mineiros tramavam bem as jogadas, mas elas não davam em nada. Igor Gomes tentou um chute do meio de campo quando Cássio estava quase fora da área. O goleiro corintiano sorriu para o rival após fazer a fácil defesa. Teve um lance no primeiro tempo mais duvidoso de mão na bola de Fausto Vera dentro da área, mas involuntariamente. O árbitro nem se valeu do VAR. Até que aos 39, Mariano errou e Róger Guedes desencantou. Foi o sexto do atacante na disputa.
O gramado atrapalhou as duas equipes, mas como o Atlético sempre foi mais técnico e buscou mais o gol, foi mais prejudicado também. O Corinthians espanou mais. O segundo tempo foi um espelho do primeiro, com os donos da casa com a bola e a vontade de marcar e o time paulista se defendendo e tentando alguns poucos contra-ataques. Bem poucos. Cássio trabalhou em chutes perigosos, um deles de Battaglia, aos 10. A bola não ‘saiu’ do campo do Corinthians. Uma falta mal cobrada por Róger Guedes e um chute de Fausto Vera poderiam resumir o que foi o time de Luxemburgo até os 35 minutos.
Mas o que valia para o Corinthians era manter a vitória e levar de Minas os três pontos com aquele magro 1 a 0. Renato Augusto só entrou para segurar a bola, cadenciar o jogo e fazer o tempo passar. O Atlético tinha volume, mas não tinha competência, aceitava a condição do visitante, esbarrava na marcação volumosa do rival e não se achava em casa. Os jogadores que deixaram o jogo substituídos, foram todos vaiados. Havia 21 mil torcedores no estádio.
Aos 40, Róger Guedes ainda tinha fôlego e pernas para arrancar em direção ao gol e enfileirar marcadores até se atrapalhar todo com a bola. Não deu em nada, mas ganhou segundos preciosos. Voltou andando depois. Em nenhum momento, diga-se, o Corinthians desmanchou sua proposta tática, abriu mão dos três zagueiros e dos volantes e assumiu em Minas o peso da tradição e história de sua camisa. Jogou como time pequeno e subiu na tabela, agora com 15 pontos.
ATLÉTICO-MG 0 X 1 CORINTHIANS
- ATLÉTICO-MG: Everson; Mariano (Pedrinho), Lemos, Jemerson e Guilherme Arana (Rubens); Battaglia, Edenílson (Saravia) e Igor Gomes (Alisson); Pavón, Alan Kardec (Vargas) e Paulinho. Técnico: Carlos Pracidelli
- CORINTHIANS: Cássio; Fágner, Gil, Murillo e Bruno Mendez; Gabriel Moscardo (Maycon), Ruan (Renato Augusto) e Fausto Vera (Giuliano); Róger Guedes (Adson) e Yuri Alberto (Felipe Augusto). Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
- Gol: Róger Guedes, aos 39 do 1º T
- Árbitro: Rodrigo José Pereira de Lima (PE).
- Cartões amarelos: Mariano, Jemerson, Battaglia. Róger Guedes
- Público: 21.086 pagantes
- Renda: R$ 829.717,80
- Local: Mineirão, em Belo Horizonte
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