SÃO PAULO - O assédio italiano por Paulinho cresce cada vez mais. Depois de sondagens no início do ano de Milan e Roma, agora é a Internazionale quem observa os passos do volante de perto. Na noite de quarta-feira, um representante do clube de Milão esteve no Pacaembu e presenciou a noite de herói do jogador, autor do gol que garantiu a classificação do Corinthians para a semifinal da Libertadores.Por enquanto, porém, o assédio não passa de "observações". Nada de oficial chegou ao clube, que luta para não liberá-lo ao menos até dezembro. E a estratégia da direção corintiana para não perder um de seus mais importantes jogadores é usar seu sonho de voltar à seleção brasileira. Paulinho foi convocado uma vez pelo técnico Mano Menezes e espera convencê-lo que merece nova chance.Mostrar ao volante que ficando do Brasil estaria em maior evidência virou arma corintiana para não perdê-lo agora para o futebol europeu. Paulinho está emprestado ao Corinthians até junho de 2013 - o clube adquiriu 10% de seus direitos. "Minha cabeça está apenas no Corinthians", avisa o jogador, tentando se esquivar do assunto sobre uma possível saída na próxima janela de transferências.Cristian, Jucilei e Elias, todos volantes que passaram pelo Corinthians com potencial para defender a seleção, perderam visibilidade justamente por ter ido para a Europa. A diferença é que, se estiver jogando na Itália, Paulinho não terá como passar despercebido - resta saber se terá chances como titular.Cristian foi para o Fenerbahçe, da Turquia, e Jucilei seguiu para o Anzhi, da Rússia. Ambos sumiram do radar de Mano Menezes. Elias até teve um destino melhor: o Atlético de Madrid, na Espanha. Só que pouco jogou e agora está no Sporting Lisboa, de Portugal.A "lavagem cerebral" dos dirigentes corintianos com Paulinho já começou, apesar de acharem a missão complicada e já buscarem um possível substituto. E, caso as cifras ultrapassem os R$ 25 milhões que o clube e os parceiros (45% dos direitos são da BMG e os outros 45% são do Pão de Açúcar) esperam para negociá-lo, dificilmente terão como evitar a negociação.Em janeiro, Ariedo Braida, diretor do Milan, e Walter Sabatini, da Roma, foram visitados por empresários de Paulinho, que informaram o quanto seria necessário para tirá-lo do Corinthians. Na época, acharam a pedida alta, mas agora, diante da excelente fase do volante, não está descartada nova investida.
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