O Coritiba entrou com pedido de recuperação judicial na noite de segunda-feira para dar andamento a um plano de reestruturação, iniciado no ano passado, com a criação do Coritiba SAF (Sociedade Anônima do Futebol). As SAFs foram legalizados em 2021 e permitem aos clubes criarem sociedade anônima e integralizar os ativos, para facilitar a entrada de investidores e reestruturações de dívida.
Como parte desse processo, o Coritiba contratou a XP Investimentos para buscar investidores ao clube. O pedido foi entregue pela Lollato Lopes Advogados, que representa o clube no processo. A Alvarez & Marsal é responsável pela reestruturação financeira.
O Coritiba tem dívidas totais próximas de R$ 300 milhões, sendo cerca de R$ 150 milhões em dívidas concursais, ou seja, que devem ser reestruturadas sob supervisão da Justiça, e aproximadamente R$ 120 milhões em tributárias, entre outras.
A XP já atuou como assessor financeiro do Cruzeiro e do Botafogo, vendido para o ex-jogador Ronaldo Nazário e o empresário americano John Textor, respectivamente.
"O Coritiba é um clube único no Brasil. Campeão brasileiro, revelador frequente de atletas de destaque no cenário internacional e dono de uma torcida apaixonada que vive e consome o clube", diz o sócio da divisão de esportes do banco de investimentos da XP, Guilherme Ávila, em nota.
Segundo ele, o Coritiba caminha para dar previsibilidade a sua dívida, "passo relevante na busca por investidores, que poderão avaliar o clube sem ter que conviver com a incerteza de passivos que, se mal geridos, podem colocar o projeto em risco", diz.
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