CPI das Apostas vai votar 71 requerimentos de convocação de jogadores investigados e diretor da PF

Deputados vão aprovar nesta terça nomes dos que irão depor na Comissão na próxima semana

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Foto do author Ricardo Magatti
Atualização:

A Comissão Parlamentar de Inquérito de Manipulação de Resultados tem reunião nesta terça-feira, 6, para aprovar requerimentos de convocação e convite a pessoas que os deputados creem ser pertinentes ouvir. Não haverá depoimentos, portanto, neste próximo encontro na CPI, instaurada com a promessa de refazer os passos da investigação do Ministério Público de Goiás, responsável por desencadear duas fases da Operação Penalidade Máxima.

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No encontro desta terça, os deputados vão votar requerimentos de convite e convocação. Estão na pauta 71 requerimentos, mas alguns deles são repetidos, uma vez que mais de um parlamentar convocou ou convidou a mesma pessoa.

São os casos, por exemplo, do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, convidado pelos deputados Fred Costa (Patriota-MG), Yury do Paredão (PL-CE) e Albuquerque (Republicanos-RR) para, justificam os parlamentares, “ajudar”, “contribuir” e “prestar informações” à Comissão, e do presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Wesley Callegari Cardia.

O espectro dos convidados a falar na CPI é tão amplo que vai desde o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, até figuras políticas como a ministra do Esporte, Ana Moser, e representantes da Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (Abradie).

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Os 15 jogadores que já foram denunciados pelo MP de Goiás nas duas fases da Operação Penalidade Máxima foram convocados pelos deputados a depor na CPI, bem como os a aliciadores e financiadores também denunciados no esquema, incluindo Bruno Lopez de Moura e Thiago Chambó, que estão presos e são apontados como dois dos chefes da quadrilha. Alguns parlamentares fizeram convocações individual a parte desses atletas.

Eduardo Bauermann, zagueiro afastado pelo Santos, por exemplo, foi convocado, na condição de investigado, pelos deputados Luciano Vieira (PL-RJ) E Yury do Paredão. O jogador teve pena leve na Justiça desportiva. O STJD desqualificou a denúncia e aplicou gancho de apenas 12 partidas.

Os deputados também chamaram o presidente da Comissão dos Árbitros de Futebol de Goiás, e presidente do Sindicato dos Árbitros do mesmo Estado, ainda que não haja, até o momento, provas ou indícios da participação dos juízes no esquema fraudulento de apostas.

André Rizek, jornalista e apresentador do grupo Globo, foi convocado, na condição de testemunha, pelo deputado Márcio Marinho (Republicanos-RJ), para “falar sobre as semelhanças da Máfia do Apito de 2005 com o esquema das casas de apostas”.

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São 13 requerimentos de convites, 44 de convocação, 12 que contempla ambos e um de requisição, este feito pelo deputado Ricardo Silva (PSD-SP), que pede ajuda da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) no “assessoramento” dos parlamentares que compõem a CPI.

Deputado Felipe Carreras é o relator da CPI da Manipulação de Resultados Foto: Genilson Frazão

A CPI tem Felipe Carreras (PSB-PE) como relator e Julio Arcoverde (PP-PI) na presidência. A primeira vice-presidência é de André Figueiredo (PDT-CE) e a segunda, de Daniel Agrobom (PL-GO).

Em uma de suas falas, Carreras prometeu que a Comissão não iria “terminar em pizza”. “O futebol brasileiro está doente, está em crise. São muitas as interrogações que nós temos. Essa CPI, pode escrever, anotar e quebrar, não vai terminar em pizza”, vaticinou.

Na semana passada, foram ouvidos o promotor de Justiça Fernando Cesconetto, o procurador-geral Cyro Terra Peres, ambos responsáveis pela chamada Operação Penalidade Máxima, e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, que denunciou casos de manipulação de resultados cometidos dentro de seu próprio clube, dando início à operação do MP.

Segundo o cronograma, haverá reuniões, audiências, missões oficiais e outras diligências até o dia 13 de junho. De 18 a 31 do mesmo mês, os deputados estarão em recesso. Depois, as atividades são retomadas até a CPI ser concluída. A previsão é de que isso aconteça em 28 de setembro.

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