Cuca aponta ‘massacre’ das redes sociais, atende família e anuncia saída do Corinthians após 6 dias

Técnico, que foi condenado por estupro em 1989 na Suíça, fez apenas dois jogos no comando da equipe alvinegra antes de pedir para sair; Veja o vídeo da despedida do técnico

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Por Redação
Atualização:

Cuca não é mais o técnico do Corinthians. Durou seis dias a passagem do treinador pelo clube. Ele não suportou a pressão de parte da imprensa e da torcida pelas redes sociais por causa da sombra do seu passado, condenado por estupro de uma menor na Suíça, em 1989. A menina tinha 13 anos. O anúncio foi feito na madrugada, 1h30 ,após a vitória sobre o Remo na Copa do Brasil por 2 a 0, no tempo normal, e 5 a 4 nos pênaltis.

A família teria pedido para Cuca abandonar o cargo devido à pressão externa. Tite e Vanderlei Luxemburgo são dois nomes apontados para assumirem a função imediatamente. O próximo jogo do Corinthians é sábado, às 18h30, diante do Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Brasileirão.

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Outro técnico a ficar pouco tempo no clube foi Júnior, em 2004, que saiu após dez dias no comando, com duas derrotas por 3 a 0 para São Caetano e São Paulo.

Cuca fez um pronunciamento após a partida na Neo Química Arena. “Foi um jogo que foi demais. Pela primeira vez, pude sentir o pulsar da Fiel, da Arena. Foi maravilhoso com a conquista desta vaga. Foi um dia vivido de um sonho, maravilhoso.”

Cuca comentou sobre a pressão que sofreu fora de campo por causa do seu passado. “Foi quase um massacre, um pesadelo. Eu estava muito concentrado para esta decisão. Os jogadores me emocionaram, os jogadores sentiram o que estava passando. Não quero ser vítima de nada, mas foi a pior coisa que se pode passar, quando invadem a rede social de suas filhas, de sua mulher com ameaças, ofensas descabidas, vou fazer 60 anos, você pesa o que vale a pena e o que não vale. Vale a pena minha família, a coisa mais importante para mim. Não esperava esta avalanche, coisas passadas há muito tempo, fui julgado e punido pela internet, mas não quero entrar em detalhes”.

Cuca teve uma vitória e uma derrota no comando técnico do Corinthians. Foto: Rodrigo Coca/Ag.Corinthians

Por fim, o treinador anunciou sua saída do Corinthians. “Não era o que queria, foi um pedido de minha família. Amanhã (nesta quinta), estarei em casa, vou cuidar de vocês”, disse Cuca, que falou ainda da contratação de advogados para buscar respostas sobre o que aconteceu em Berna em 1987. “Quem julga, pode ser julgado”, afirmou. “Quero agradecer o presidente (Duílio Monteiro Alves), já havia tomado esta decisão ontem (terça-feira). Ele é um cara do bem, é como se fosse mais um, simples, humilde... Ele está sofrendo pressão enorme, não é justo deixá-lo, os jogadores, Alessandro (diretor) sob esta pressão. Agradecer aos jogadores também que compraram meu barulho, minhas ideias... se Deus quiser, eu volto um dia para fazer um trabalho do começo ao fim.”

Questionado após o anúncio de saída de Cuca, o presidente Duílio Monteiro Alves preferiu não alimentar especulações sobre qual rumo o clube tomará na escolha do novo treinador. O mandatário disse ainda que o pedido de demissão de Cuca não causa alívio ou sentimento de fracasso, mas tristeza pela decisão.

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Condenação do Cuca ocorreu em 1987, ex-técnico diz ser inocente

Cuca foi condenado sob a acusação de manter relação sexual com uma jovem de 13 anos em 1987, quando era jogador do Grêmio. Em sua coletiva de apresentação no Corinthians, Cuca declarou ser “totalmente inocente” e disse ter “vaga lembrança” do episódio. “Eu estava no Grêmio havia uns 20 dias. Tenho vaga lembrança de tudo o que aconteceu. Na lembrança que tenho, tinha 23 anos, íamos jogar uma partida e pouco antes subiu uma menina para o quarto. O quarto em que eu estava com mais três jogadores era duplo, tinha duas camas. Essa foi minha participação nesse caso”, disse o treinador.


“Sou totalmente inocente, não fiz nada. As pessoas falam que houve um estupro. Eu não fiz nada”, completou o técnico. Ele também alega que a jovem não lhe reconheceu como um de seus agressores. “O mais importante não é a palavra da vítima? Ela falou: ‘Eu não conheço, não vi, não estava’. Foram três vezes. A palavra da mulher era que o Cuca não estava lá. Como posso ser condenado? Pelo quê?”, questionou.

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