O técnico Cuca fez a previsão de que o Corinthians jogue como ele quer, isto é, tenha a cara do treinador, em 15 dias. Abatido e claramente insatisfeito com a atuação e a derrota de seu time para o Goiás por 3 a 1 neste domingo, o comandante corintiano admitiu que há muito a melhorar.
Ele assumiu sua parcela de responsabilidade no revés em Goiânia e previu que a equipe terá outra postura em breve. “Te garanto que em dez, 15 dias vai ter um time com minha cara”, prometeu o técnico em sua primeira entrevista coletiva pós-jogo.
“Não saio nada satisfeito. Não é esse o nosso jogo, não é o jogo que quero e nem o que quero ter. A equipe está espaçada, sem saída de bola. Uma série de coisas que precisa melhorar”, reconheceu. Ele avisou que vai cobrar muito do elenco e que, caso o time queira ganhar, “tem que ser diferente”.
“O Goiás chegou quase meia-noite na sexta e correu mais que a gente. Não pode”, cobrou o técnico, que comandou apenas dois treinos antes de sua estreia em Goiânia.
Cuca assumiu o Corinthians em um momento delicado e importante da temporada, com jogos decisivos para a equipe no ano. Na quarta-feira, às 21h30, a missão é reverter a desvantagem de dois gols diante do Remo, na Neo Química Arena, pelo duelo da volta da terceira fase da Copa do Brasil. Como levou 2 a 0 em Belém, a equipe alvinegra tem de vencer por três gols para avançar às oitavas de final.
“Vamos ter que ser totalmente diferentes. Se jogar como hoje, não vamos nem ganhar o jogo, imagina então fazer os três gols”, enfatizou o treinador. Segundo ele, a principal fragilidade do Corinthians hoje é emocional.
“Temos que encontrar o remédio para colocar a alma o espírito. É o conceito básico do futebol, falei com eles no vestiário. A parte principal é comportamental, e eles sabem disso”, avaliou.
“Para isso que vim aqui. Se as coisas estivessem organizadas e certas eu não teria sido contratado. Hoje eu senti o que é o Corinthians, o que estou passando. Mas vai mudar. Pode cobrar que vai mudar”, completou, fazendo a promessa de que, sob seu comando, haverá em breve um novo Corinthians.
Ele voltou a dizer que não se importa com os protestos contrários à sua contratação em razão da condenação num caso de violência sexual ocorrido em 1987, na Suíça, ao lado de outros três jogadores quando defendia o Grêmio. “Eu não vi nada. Uma faixa não é a torcida. É um torcedor. Eu trabalho em um clube democrático, o mais democrático do país. Todas as manifestações que ocorrerem tem que saber lidar com isso. Eu sou Corinthians e estou aqui para trabalhar”, afirmou.
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