Daniel Alves foi transferido, nesta segunda-feira, do presídio Brians 1 para o Brians 2, que fica ao lado, para garantir a sua segurança e “convivência normal”, segundo a imprensa espanhola. O atleta está preso de forma preventiva desde a última sexta-feira, acusado de abuso sexual contra uma mulher de 23 anos. A mudança de presídio foi decidida pela Secretaria de Medidas Penais, Reinserção e Atendimento à Vítima.
Segundo o estafe do atleta, o traslado já estava previsto e trata-se de um protocolo da unidade. O módulo cinco do presídio Brians 2 (Sant Esteve de Sesrovires), para o qual Daniel Alves foi levado, é conhecido por abrigar empresários, políticos e ex-policiais. O local possui um departamento de prisão provisória, como é o caso do brasileiro. Cada módulo acomoda em média 80 internos e são menores que os do Brians 1, que recebem por volta de 200, assim permitem melhor segurança e convivência.
Segundo a Secretaria de Medidas Penais, Reinserção e Atendimento à Vítima, o tipo de crime que Daniel Alves é acusado não foi um fator para a transferência de presídio e que o tratamento ao jogador será o mesmo a de outros internos.
O caso Daniel Alves
A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves na última sexta-feira. Ele foi detido ao dar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção. A juíza argumentou na decisão de prender o jogador que existia o risco de fuga, uma vez que o atleta não mora mais na Espanha e tem recursos financeiros para sair do país a qualquer momento. Além disso, o país não tem acordo de extradição com o Brasil.
A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria colocado a mão entre as roupas íntimas da mulher que fez a queixa. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido. Ele teria trancado, agredido e estuprado a mulher em um banheiro da sala VIP da boate, segundo o jornal El Periódico.
A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã, que colheu depoimento da vítima. Ela também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.
Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa “Y Ahora Sonsoles”, da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.
No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou ter tido relações consensuais com a mulher, cujo nome não foi revelado. O suposto crime sexual teria ocorrido num banheiro da área VIP da casa noturna. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro.
De acordo com o jornal El País, a mulher não quer ser indenizada e abriu mão de ser ressarcida financeiramente pelas lesões e também pelos danos morais por entender que o objetivo principal é fazer com que o atleta seja punido pelo ocorrido.
O Pumas, do México, anunciou na última sexta que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube será rompido por justa causa.
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