Jogador mais contestado entre os 26 convocados por Tite que estão no Catar para a disputa da Copa do Mundo, Daniel Alves passou boa parte da coletiva da qual participou nesta quinta-feira, dia 1º, comentando sobre as críticas que recebeu. O veterano foi contundente nas respostas e afirmou repetidas vezes que tem uma “missão” na seleção brasileira em seu terceiro e último Mundial.
Muitos entendem que o treinador errou ao chamar o lateral-direito, de 39 anos, em razão de sua idade avançada, má fase técnica e período de inatividade - ele chegou ao Catar sem atuar há mais de dois meses em seu clube, o Pumas, do México.
Já confirmado entre os titulares que vão enfrentar Camarões nesta sexta, dia 2, no Estádio Lusail, Daniel Alves salientou que está focado em sua tarefa na equipe e que não dá importância aos questionamentos, até mesmo aos que apontam que ele foi convocado para animar o grupo no vestiário. O Brasil está classificado e depende de um empate para avançar em primeiro do Grupo G.
“Estou a serviço da seleção brasileira. Se tiver que tocar pandeiro, vou ser o melhor pandeirista que você já viu na sua vida”, declarou o jogador, que será capitão diante dos camaroneses e se tornará o atleta mais velho a atuar pela seleção em Copas do Mundo, superando o Thiago Silva
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“É normal que as pessoas me contestem pela idade ou por não estar no melhor momento no meu clube”, admitiu. “Minha missão na seleção brasileira é entregar meu melhor”.
O experiente jogador disse ainda que é o mais criticado porque “historicamente na seleção sempre alguém tem que de a conta”. “Todos os jogadores são titulares nos maiores clubes da Europa e eu não. É normal. Não quero que as pessoas falem mal de mim sem ao menos saber a dedicação à profissão, à representação desse símbolo”.
Na avaliação do veterano, ele foi preterido por Eder Militão contra a Suíça porque Tite precisava de um lateral com maior capacidade defensiva naquela partida e que a comissão técnica tem um “plano” para cada jogo. “Nos dois jogos em que eu não estive, nosso time necessitava de um melhor defensor. Eu sou bom no ataque”, explicou.
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Confiança de Tite
Daniel Alves iniciou sua trajetória na seleção em 2006. Ele vai encerrar seu ciclo depois de 16 anos e três Copas - também esteve nas edições da África do Sul, em 2010, e no Brasil, em 2014. Não jogou na Rússia porque foi cortado meses antes por lesão. São 125 partidas e oito gols marcados. A busca dele, agora, é pelo hexacampeonato. “Eu respeito muito o Dani por chegar aonde chegou. Ele transcende o futebol. É muito mais do que jogar bola”, enalteceu Tite.
“Seleção brasileira é muito mais do que o campo, é uma construção maior. Todo mundo é importante dentro de sua missão. E minha missão é muito importante dentro do grupo”, considerou Daniel Alves.
Daniel Alves havia sido alijado dos últimos dois amistosos do Brasil antes da Copa do Catar porque precisava “melhorar níveis de força e potência”, segundo tinha alertado os preparadores físicos da seleção. Ele recebeu uma visita no México do preparador Guilherme Passos e do auxiliar César Sampaio. O alerta, segundo Tite, fez o jogador cumprir a missão, palavras que o jogador mais repetiu na entrevista.
“Quando eles estiveram no México, eu não estava nas minhas melhores condições. Nós temos confiança, falamos a verdade, sem desviar. Eles me viram, viram que eu não estava na minha melhor condição. Disseram que tinha de estar no meu melhor momento para estar na seleção”, contou o lateral.
“E eu vou repetir a frase que disse para eles: ‘me dá então a missão que executo porque sou bom executor das missões na minha vida. Sou comprometido com as causas e as metas. Não consegui falhar com eles depois de tanta história. Confiança se conquista e a minha eu conquistei”.