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Daniel Alves pode usar ‘pulseira eletrônica’ para ser solto e tentou esconder infidelidade ao depor

Defesa do jogador brasileiro de 39 anos vai apresentar defesa até segunda-feira; atleta está preso preventivamente por suposta agressão sexual

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Por Redação
Atualização:

O advogado Cristóbal Martell, um dos responsáveis pela defesa de Daniel Alves, afirmou nesta sexta-feira que irá sugerir medidas cautelares para pedir o fim da prisão preventiva do jogador, como por exemplo o uso de uma pulseira eletrônica ou a retirada do passaporte. A informação é do canal de televisão espanhol Antena 3.

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Segundo a reportagem, a tendência é que a defesa apresente recurso ainda nesta sexta-feira ou na segunda-feira. O prazo termina no dia seguinte. O objetivo é minimizar um dos principais argumentos da juíza Maria Concepción Canton Martín, que alegou risco de fuga.

De acordo com o jornal El Periodico, Daniel Alves entregou a escritura de uma casa em Barcelona onde vive a mulher, Joana Sanz, em um tentativa de demonstrar as suas raízes na Espanha. Outro aspecto que pesa a seu favor é o fato de o Pumas ter rescindido o seu contrato, tirando a necessidade de retornar ao México. Em seu depoimento, o jogador externou a intenção de retornar ao país latino no dia seguinte.

Daniel Alves está preso preventivamente por suposta agressão sexual contra mulher em boate de Barcelona. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A reportagem conta ainda que a defesa de Daniel Alves sustenta que o atleta deu três diferentes versões em seu depoimento porque tentou esconder a infidelidade da sua mulher, a modelo espanhola Joana Sanz. À juíza do caso, o atleta declarou que manteve relação sexual com a jovem, pois ela se lançou sobre ele. “Eu me permiti fazer isso”, disse.

Nesta quinta-feira, Joana Sanz apagou fotos recentes com o marido de sua conta no Instagram. Joana, que também é empresária, ainda deixou na rede social algumas poucas imagens ao lado do jogador, datadas de 2020 e 2021. Além da prisão preventiva de Daniel Alves, ela lida com a morte de sua mãe, Maria del Carmen.

CASO DANIEL ALVES

A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.

A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periodico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.

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A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d’Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.

Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa “Y Ahora Sonsoles”, da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.

No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu o ato sexual, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante.

O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa.

A defesa de Daniel Alves, encabeçada pelo advogado Cristóbal Martell, tem até terça-feira, 31, para apresentar recurso na 15ª Vara do Barcelona e pedir a soltura provisória do cliente.

O prazo foi estendido para dar tempo à nova equipe de advogados para revisar o caso que eles assumiram nesta quarta-feira no tribunal. O recurso é mais uma etapa de um processo complexo em que a nova defesa do brasileiro tentará redesenhar a estratégia.

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