Daniel Alves: moradores de Juazeiro vandalizam e pedem remoção de estátua em homenagem ao jogador

Obra foi inaugurada em 2020 e vem recebendo críticas desde a prisão do atleta, natural da cidade na Bahia; prefeitura afirma que prioriza demandas urgentes e, somente depois, poderá discutir a remoção.

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Foto do author Rodrigo Sampaio
Atualização:

Moradores de Juazeiro, município do interior da Bahia, estão pedindo à prefeitura a retirada de uma estátua em homenagem a Daniel Alves. O jogador, que é natural da cidade baiana, foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão nesta quinta-feira, dia 22, na Espanha, por agressão sexual de uma mulher de 23 anos em uma boate de Barcelona, ocorrido em 2022. Ele alega inocência e vai recorrer da decisão.

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A remoção do monumento, inaugurado em 2020, é pedida pelos moradores desde o ano passado, quando Daniel Alves foi preso preventivamente sob a acusação de estupro. As demandas ocorrem especialmente pelas redes sociais e ganharam força após a condenação do atleta. Procurada pelo Estadão, a Prefeitura de Juazeiro afirmou não iria se manifestar sobre o assunto até a conclusão do tema, tendo em vista que o jogador entrou com um pedido de apelação, e informou que não recebeu pedidos oficiais para a retirada da obra.

Produzida pelo artista plástico Leo Santana, a estátua está localizada na região central do município e exibe Daniel Alves em tamanho real com a camisa da seleção brasileira e uma bola de futebol nos pés. A obra já foi vandalizada por diversas vezes desde a prisão do jogador. A mais recente foi em 28 de fevereiro, quando amanheceu coberta com manchas brancas. Uma nova nota da prefeitura foi divulgada, sem definir sobre a retirada ou permanência, mas alegando que o foco está em demandas relacionadas ao grande volume de chuva que atingiu a cidade. “Tão logo todas as situações estejam controladas, o assunto em questão será pautado e a gestão emitirá um parecer”, diz o texto.

Estátua de Daniel Alves, em Juazeiro, foi inaugurada em 2020. Foto: Divulgação/Prefeitura de Juazeiro
Estátua de Daniel Alves foi vandalizada por moradores de Juazeiro. Foto: Reprodução/@futebol_info

O julgamento de Daniel Alves durou três dias e foi finalizado no dia 7 de fevereiro, aproximadamente 13 meses após a prisão preventiva do jogador, ocorrida em 20 de janeiro do ano passado. A mulher que acusa o brasileiro manteve a versão inicial e reafirmou ter sido violentada. O jogador chorou bastante, alegou que estava bêbado, mas negou que a relação aconteceu de maneira forçada.

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Ele irá continuar detido durante apelação e pode requerer a liberdade condicional em maio de 2025, quando completar metade da pena, incluindo o período em que passou preso em 2023.

O Ministério Público da Espanha havia pedido nove anos de prisão para o jogador. Porém, era esperado que o brasileiro fosse condenado a no máximo seis anos. Isso porque no início do caso, a defesa do jogador pagou à Justiça o valor de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil) em atenuante de pena, espécie de indenização à vítima abuso. Também foi determinado ao jogador o pagamento dos custos do processo e o valor de 9 mil euros (cerca de R$ 48 mil), em 150 euros diários, à vítima pelo período de dois meses.

Ao longo do período detido, Daniel Alves mudou sua versão sobre o caso por diversas vezes, trocou de defesa e teve cinco pedidos de liberdade provisória negados, com a Justiça citando risco de fuga. Recentemente, foi noticiado que Daniel Alves foi acusado por um colega de cela de planejar uma fuga para o Brasil. Seu estado emocional, “deprimido e desanimado”, também fez a prisão onde ele está detido acionar um protocolo antissuicídio.

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