Daniel Alves teve seu julgamento por agressão sexual a uma jovem de 23 anos na Espanha realizado na semana retrasada. Foram três sessões de oitivas e apresentação de versões pela acusação e defesa. O jogador brasileiro ainda aguarda a sentença, que não tem prazo para ser anunciada, mas que deve ocorrer em vinte dias após o último dia do julgamento. Enquanto isso, ele continua preso preventivamente, como está desde o ano passado.
A pena máxima de 12 anos de prisão é pedida pela acusação. Já o Ministério Público pede nove anos. A tendência é que, se condenado, o jogador tenha, no máximo, seis anos de cárcere. O motivo é o pagamento à Justiça, ainda no início do processo, de uma indenização de 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil) à jovem. Ainda assim, a acusação contesta a possível redução da pena. O Ministério Público indica, ainda, dez anos de liberdade vigiada após o cumprimento da pena em cárcere, e que ele seja proibido de se aproximar ou comunicar com a vítima pelo mesmo período. Recentemente, foi revelado um suposto plano de fuga para o Brasil, caso Daniel Alves conseguisse liberdade.
Outros jogadores já passaram por situações de investigação e prisão. São casos de falsa documentação, tráfico de drogas, crimes sexuais e até homicídio. Um dos episódios mais conhecidos, porém, é a condenação de Robinho por estupro na Itália, sem ele ser preso. O ex-jogador já estava no Brasil após a condenação e não pode ser extraditado.
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Ronaldinho Gaúcho
O melhor do mundo em 2005 foi preso no Paraguai junto do irmão Assis depois de apresentar passaporte falso. Eles foram condenados, mas ganharam liberdade após pagar fiança. Durante o período recluso, Ronaldinho até disputou jogos de futebol com outros detentos.
Ele não teve contratos de patrocínio rompidos. Durante a prisão domiciliar, ainda no Paraguai, Ronaldinho costumava fazer festas e receber modelos em hotel de luxo, na capital Assunção.
Edmundo
Jogador do Flamengo, em 1995, Edmundo se envolveu em um acidente de trânsito que vitimou três pessoas. Ele foi condenado, em 1999, a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, por homicídios culposos e lesões corporais de outras três pessoas. Quando se deu a condenação, ele defendia o Vasco.
A reclusão durou apenas um dia. Ele chegou a sair da cadeia direto para um treinamento com o elenco vascaíno. O presidente do clube, Eurico Miranda, proibiu que repórteres falsassem com Edmundo ou que o assunto fosse abordado com outros jogadores nas entrevistas. Em 2011, já aposentado, o então comentarista não cumpriu uma decisão judicial para se apresentar à polícia, ainda sobre o caso. Ele foi preso também somente por um dia. A defesa alegava prescrição do crime, que foi reconhecida ainda naquele ano.
Maradona
Com a trajetória marcada pelo uso de drogas, principalmente pela suspensão durante a Copa do Mundo de 1994, Maradona foi preso em 1991, em Buenos Aires, por substâncias proibidas encontradas em seu apartamento. Na prisão, o problema foi a cocaína. Três anos depois, quando voltou a jogar um Mundial pela Argentina, o doping flagrou efedrina, substância usada para perder peso.
Bruno
O goleiro era um dos principais jogadores do futebol brasileiro e defendia o Flamengo, em 2010, quando foi preso como suspeito do assassinato da namorada, Eliza Samúdio. O clube carioca o demitiu por justa causa. Ele foi condenado a 22 anos e três meses de prisão em regime fechado.
Ainda preso, Bruno assinou contrato com o Montes Claros, de Minas Gerais, em 2014. A Justiça negou que ele pudesse jogar pelo time. Em 2017, foi concedido um habeas corpus, que permitiu Bruno de deixar a prisão e jogar pelo Boa Esporte. O clube perdeu patrocinadores na época. Contudo, ele voltou para a prisão em 2017. Em nova saída, Bruno ainda defendeu outros três clubes, antes de anunciar a aposentadoria em 2021.
Freddy Rincón
O colombiano ídolo do Corinthians foi preso em 2007 por tráfico de drogas. Rincón foi detido pela Polícia Federal em São Paulo. Ele também era investigado por lavagem de dinheiro. A suspeita era devido a uma ligação com a organização de narcotráfico comandada pelo colombiano Pablo Rayo Montaño. A detenção de Rincón durou 123 dias. Ele chegou a ter um pedido de prisão feito pela Interpol, mas não voltou para a prisão. Rincón teve bens congelados. Em abril de 2022, o jogador morreu em um grave acidente de carro.
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