Motivo de reclamação do Palmeiras, a expulsão de Abel Ferreira foi explicada por Anderson Daronco na súmula da partida, publicada nesta quinta-feira. Segundo o árbitro, o treinador reclamou das decisões em campo da comissão de arbitragem, “tocando suas partes íntimas”. O time alviverde venceu a partida contra o Flamengo, válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil, por 1 a 0, mas foi eliminada após perder o jogo de ida, no Maracanã, por 2 a 0.
“Expulsei aos 38 minutos do 2º tempo, após revisão na ARA, o Técnico da equipe do Palmeiras, Sr. Abel Fernando Moreira Ferreira, por praticar gesto obsceno contra as decisões arbitragem, de maneira ofensiva, tocando suas partes íntimas”, escreveu o árbitro na súmula a qual o Estadão teve acesso. O árbitro foi chamado ao VAR para rever o gesto do treinador na área técnica; a imagem foi passada no telão do Allianz Parque simultaneamente.
O Palmeiras ganhava por 1 a 0, mas teve um gol anulado por impedimento – após checagem do VAR. Expulso, Abel Ferreira não pôde ir para a entrevista coletiva. “Há uma falta que eu não concordo, e como foi sempre uma arbitragem, sobretudo na segunda parte, que parou muito e eu acho que era preciso coragem para apitar um jogo desse nível”, afirmou, em entrevista ao jornalista André Hernann, do UOL Esporte.
“Quando acontece essa falta eu viro em direção a minha comissão técnica, dizendo: ‘o árbitro não teve coragem’. É um gesto que utilizo para dizer que o ‘árbitro não tem coragem’. Eu fiz o gesto, não vou negar, mas não tive a intenção de ofender quem quer que seja”, afirmou.
Além de Abel Ferreira, o treinador Tite, do Flamengo, também foi advertido ao longo do jogo, com o cartão amarelo, por “discutir com seu adversário fora da sua área técnica”. João Martins, auxiliar técnico do Palmeiras e que foi para a entrevista coletiva no lugar de Abel, atacou Daronco e suas decisões ao longo do jogo.
“Um árbitro pressionado antes de um jogo começar, é incompetência. Se ele se sente pressionado antes do jogo começar, ele não pode ser árbitro. Um juiz que usa todas as bolas paradas para interromper a partida e conversar com os jogadores, para descansar. Isso não existe. Queremos jogar futebol”, declarou.
Leila Pereira também saiu em defesa do treinador palmeirense, classificando a atuação do árbitro como “obscena”. “Em relação à expulsão do Abel, achei arbitrária, muito dura. Eu não sei, foi por gesto obsceno? O que achei obsceno foi o árbitro com as ceras, paralisações, isso foi obsceno”, comentou.
Eliminado da Copa do Brasil, o Palmeiras volta a campo neste domingo, 11, às 16h (de Brasília), para enfrentar novamente o Flamengo – desta vez no Maracanã –, pelo Campeonato Brasileiro. O time alviverde ocupa a quarta colocação, a três pontos do vice-líder rubro-negro e quatro do Botafogo, no topo da tabela
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