Uma vistoria da Defesa Civil, da sub-prefeitura do Butantã e da Federação Paulista de Futebol (FPF), determinou nesta quinta-feira a interdição da primeira fileira de cadeiras de todo o anel inferior, do estádio do Morumbi. O São Paulo disse ter concordado com a ordem e garantiu que vai bancar todos os gastos hospitalares das vítimas de um acidente na noite de quarta, quando uma grade no setor térreo cedeu e causou a queda de cerca de 30 torcedores no fosse.
Segundo o vice-presidente de comunicações e marketing do clube, José Francisco Manssur, o local tem laudos de liberação do Corpo de Bombeiros datado deste ano e trabalhos de inspeção realizados anualmente e encaminhados para a FPF, CBF e Ministério Público. "Um guarda-corpo não pode cair a qualquer força, mas, se ele não ceder, pode causar esmagamento e as pessoas podem se espremer", disse.
O São Paulo afirmou que o camarote do local do acidente tinha capacidade para 500 pessoas, mas tinha 441 pessoas durante a partida contra o Atlético-MG, pela Copa Libertadores. O clube contratou duas empresas para fazer avaliações técnicas e propor soluções. A diretoria vai aguardar os laudos do Corpo de Bombeiros e da perícia antes de tomar providências.
"Não é possível dizer se é prudente ou recomendado trocar a estrutura. Quando houver a recomendação, não vamos nos furtar a fazer algo", afirmou Manssur. O dirigente disse não estar preocupado com o mando de campo por priorizar no momento a recuperação das vítimas e lembrou que em caso de classificação para a semifinal da Libertadores, o time só voltaria a jogar no Morumbi no mês de julho.
O clube afirmou que a queda resultou em 16 vítimas. Outras sete foram removidas para hospitais e três continuam internadas para a realização de cirurgia. Duas que foram liberadas pelos médicos sentiram dores e voltaram para nova avaliação.
"O São Paulo acompanhou todas as pessoas. Os funcionários do clube viraram a noite com essas pessoas no hospital, acompanharam e ficaram ao lado durante toda a noite. Nenhuma das vítimas corre risco de morrer", explicou.
Manssur explicou que no caso do próximo jogo do São Paulo no Morumbi, que será pelo Campeonato Brasileiro, a fileira interditada estará marcada com faixas e com segurança reforçada para evitar que os torcedores sentem no local. A partida seguinte do time em casa será no dia 22, contra o Inter.
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