Defesas colocam Fernando Prass na história do Palmeiras
Aos 37 anos, goleiro fez jogos incríveis durante a competição e foi peça fundamental na conquista do tricampeonato
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Um título sempre consagra os heróis da conquista. Para sempre, os palmeirenses vão guardar na memória da conquista da Copa do Brasil de 2015 os jogos, os gols, os principais lances, as maiores defesas – foram com elas que o goleiro Fernando Prass, de forma definitiva, escreveu seu nome na história do clube.
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Esqueça por alguns segundos a partida que trouxe o tricampeonato ao Palmeiras e puxe pela memória os momentos decisivos da semifinal contra o Fluminense, no mesmo Allianz Parque. Aos 45 do segundo tempo, o atacante Fred recebeu a bola sozinho, de frente com o goleiro e bateu forte. Prass, diferente de outros goleiros, não se jogou ao chão – concentrado, ele esperou o jogador rival finalizar para fazer a defesa com a mão esquerda.
Depois, no mesmo jogo, disputa de pênaltis. Bola com Gustavo Scarpa, que bateu forte, mas mais uma vez brilhou a estrela do goleiro, que espalmou a bola. “Eu, naquele jogo, eu só fiz minha parte. Tinha de defender alguma para ajudar o pessoal que estava batendo. É complicado para o cara bater o pênalti. É uma pressão incrível. Eu tinha de pegar alguma para dar tranquilidade”, disse após o jogo.
Jogadores do Palmeiras fazem caretas para debochar das provocações do atacante santista Ricardo Oliveira após o título da Copa do Brasil Foto: JF Diorio/Estadão
Mais uma vez, deixe o jogo do título em segundo plano, e vamos falar da primeira partida da final, na Vila Belmiro. Foi ali que Fernando Prass garantiu a taça para o Palmeiras. Com personalidade forte, encarou a força ofensiva do rival como um espartano que defende a glória de sua pátria. Como deve ser um goleiro que veste o manto azul, tradicional dos que defendem a meta do Verdão. Foram pelo menos três defesas incríveis, que deixaram a derrota por um gol menos dolorosa. Ao fim do jogo, questionado se os atacantes santistas perderam muitos gols, foi direto e responde que “o Palmeiras paga meu salário para isso, para que eu evite os gols. Não foram eles que perderam. Eu é que defendi.”
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Jogadores do Palmeiras fazem caretas para debochar das provocações do atacante santista Ricardo Oliveira após o título da Copa do Brasil Foto: JF Diorio/Estadão
Pode até soar um tanto quanto estranho, mas Fernando Prass destoa dos míticos arqueiros que defenderam a meta do clube por um fato simples – ele não foi revelado nas categorias de base do Palestra Itália. A tradicionalíssima ‘escola de goleiros’ do Palmeiras não forjou esse campeão, um gaúcho de Porto Alegre e que começou a carreira no Grêmio. O arqueiro de 37 anos conquistou o torcedor com seu jeito sincero, sua liderança em campo e, claro, suas defesas, que coroaram mais uma ótima temporada à frente da meta Alviverde.
Prass, que já defendeu o Palmeiras em 155 jogos desde que foi contratado, em dezembro de 2012, encarou um de seus maiores desafios logo no primeiro ano de clube – ocupar o lugar de um ‘santo’. “Substituir Marcos foi um dos maiores desafios da minha vida. Ele é um cara que sempre vai estar vivo na memória do torcedor. No primeiro ano de cada dez perguntas que faziam para mim, nove eram sobre o Marcos. Até quando eu não pegava pênalti tinha gente que falava que se fosse ele teria pego”, diz o goleiro.
Festa da torcida do Palmeiras
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Festa da torcida do Palmeiras
Mosaico de Fernando Prass apareceu antes do jogo. Foto: JF Diorio/Estadão
Festa da torcida do Palmeiras
Torcedores sem ingressos fizeram a festa na Rua Palestra Itália, na zona oeste de São Paulo, nas proximidades do Allianz Parque. Foto: JF Diorio/Estadão
Festa da torcida do Palmeiras
Festa do título também marcou o recorde de público da nova Arena do Palmeiras: 39.660. Foto: Alex Silva/Estadão
Festa da torcida do Palmeiras
O Periquito, mascote do Palmeiras, foi uma das atrações da decisão contra o Santos. Foto: JF Diorio/Estadão
Festa da torcida do Palmeiras
Título da Copa do Brasil foi o primeiro comemorado dentro do Allianz Parque. Foto: Alex Silva/Estadão
Festa da torcida do Palmeiras
Torcida faz 'corredor verde' para apoiar os jogadores na chegada ao Allianz Parque Foto: Alex Silva/Estadão
Mas substituir ‘São’ Marcos foi apenas uma de suas tarefas. Jogar no gol em um time que teve como goleiros, entre outros, Oberdan Catani, Fabio Crippa, Valdir Joaquim de Morais, Emerson Leão, Sérgio, Velloso e Diego Cavalieri é difícil. “Essa é a melhor fase de minha carreira. Desde que cheguei, ainda não tínhamos ido até uma final de um torneio nacional. Para mim, que estou aqui desde 2013, é muito importante. Eu peguei a fase complicada, time numa situação ruim fora e dentro de campo (nota da redação: o time estava na Série B e com as finanças comprometidas). Poder ter a chance de vencer um campeonato importante como esse tem sim um sabor especial.”