Fernando Diniz não sabe até quando ficará no comando da seleção brasileira - ele assumiu interinamente por um ano enquanto a CBF aguarda a chegada de Carlo Ancelotti. Mas enquanto estiver dirigindo a equipe nacional, sua escalação será Neymar e mais 10. Nesta segunda-feira, na prévia do jogo com o Uruguai, o treinador foi questionado se o astro merecia perder a vaga de titular e saiu em defesa do jogador, garantindo que jamais passou por sua cabeça barrá-lo.
“O Uruguai não tem o Neymar. Não tem o Neymar na idade que ele está e com a motivação que ele está para jogar. Nenhum treinador do mundo abriria mão do Neymar na idade que ele tem e na fome que está para jogar”, afirmou Fernando Diniz, satisfeito com o seu camisa 10.
Após o empate por 1 a 1 com a Venezuela, Neymar deixou o campo sob vaias e foi atingido por um saco de pipocas. Chegou a xingar o possível agressor e acabou contido pelo treinador e outros atletas. Os números de Neymar na seleção são seu maior escudo. Diniz os usa para explicar sua escolha.
“Uma coisa que valia a pena divulgar são os números do Neymar nas Eliminatórias. Os que me chegaram diz que ele é primeiro em todos os quesitos importantes: é primeiro em gol, primeiro em assistências, primeiro em participação em gols, primeiro em dribles... Os números dele explicam o motivo de estar aqui. Ele, de novo, foi decisivo, deu mais uma assistência. É um dos grandes da história do futebol brasileiro e mundial e tomara que a gente consiga ajudá-lo a escrever a página mais bonita da história dele”, disse o técnico, repetindo seu discurso de quando assumiu o posto.
Além de Neymar, que sonha em encerrar a carreira com um título de Copa do Mundo, Diniz comentou sobre outras peças e engrandeceu o trabalho de Rodrygo, uma de suas apostas ofensivas desde quando assumiu a seleção. “Rodrygo tem características particulares que se encaixam muito no que penso do futebol. É um jogador dinâmico, de muita mobilidade, técnica extremamente refinada e muito talento, no sentido de fazer coisas que geram imprevisibilidade ao adversário”, explicou o treinador.
Sobre as cobranças após o 1 a 1 com a Venezuela, Diniz explicou que somente gols e vitórias trazem calma para a seleção brasileira. E a “culpa” acabou caindo no centroavante Richarlison (confira as estatísticas dos atacantes da seleção), que perdeu a vaga para Gabriel Jesus diante dos uruguaios, em Montevidéu, nesta terça-feira.
“Acho que o Richarlison contribuiu naquilo que ele pôde nesses jogos, principalmente nos dois primeiros, quando teve chances de marcar. Talvez se tivessem entrado as bolas dele, isso daria um ânimo, pois quando a bola entra te garante, às vezes, uma vitória ou mesmo o fato só de marcar o gol aumenta a estima”, afirmou. “Ele continua trabalhando, voltou bem. É um jogador que estará sempre no nosso radar, já tem história com a seleção. O momento que está passando, quase todos passaram e daqui a pouco estará brilhando no maior alto nível porque tem total condição para isso.”
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