A classificação de Portugal para as quartas de final da Eurocopa tem nome e sobrenome: Diogo Costa. O goleiro defendeu as três penalidades dos eslovenos na disputa por pênaltis, feito inédito no torneio europeu. Mais do que isso, o arqueiro salvou Cristiano Ronaldo, que havia perdido uma cobrança durante a prorrogação e caído no choro ainda com jogo para rolar. Na disputa, o camisa 7 converteu a primeira batida portuguesa.
Diogo Costa tem apenas 24 anos, mas já tem a responsabilidade da meta da seleção de Portugal. Quando o time foi campeão da Eurocopa 2016, ele ainda estava na equipe sub-19. Um ano depois, o goleiro foi promovido da categoria de base ao time B do Porto. Somente em 2019, Costa passou a integrar o elenco principal.
No clube, contudo, o argentino Agustín Marchesín, hoje no Grêmio, estava consolidado na meta. Uma lesão no menisco do joelho direito do veterano, porém, o levou para cirurgia e mais de um ano afastado. Foi a chance de Diogo Costa, que, desde então, assumiu o papel de titular, no começo da temporada 2021/22. Desde que subiu para o elenco profissional, Diogo Costa trajou o número 99. A numeração é icônica no Porto, por ter sido usada pelo goleiro Vítor Baía, com mais de 300 partidas pelo clube e titular na conquista da Champions League 2003/04.
O Porto rapidamente renovou com o goleiro, em outubro de 2021. O vínculo foi estendido até 2026. Após procuras de Manchester United, Chelsea e Barcelona, um novo acordo foi celebrado entre o clube português e o jogador, com contrato até 2027 e cláusula de 75 milhões de euros (R$ 755 milhões), 15 milhões a mais do que a anterior.
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Ainda antes de ser titular no clube, contudo, Costa já era observado pela seleção portuguesa. A primeira convocação foi em agosto de 2021, para compromissos pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo 2022. A estreia foi em um amistoso contra o Catar, logo na primeira Data Fifa em que foi chamado.
Depois disso, o técnico Fernando Santos deu a titularidade ao jovem goleiro, que desbancou Rui Patrício. A estreia no Mundial, com vitória por 3 a 2 contra Gana, o colocou no posto de mais jovem jogador da posição a entrar em campo em torneios internacionais por Portugal, com 23 anos.
Neste jogo, uma falha que quase deu um gol ao atacante Iñaki Williams criou desconfiança sobre o goleiro, mas ele contou com o apoio de líderes do elenco, como Cristiano Ronaldo, para recuperar-se. A eliminação portuguesa, contudo, passou por uma saída errada de Diogo Costa em um cruzamento da seleção marroquina, nas quartas de final. Youssef En-Nesyri marcou o único gol daquela partida.
A mudança do comando técnico, com Roberto Martínez assumindo, não tirou o lugar de Diogo Costa na seleção. O goleiro continuou como titular e passou a destacar-se em uma geração de novos jogadores portugueses que sucederão os veteranos Cristiano Ronaldo e Pepe.
Diogo Costa contou, nesta segunda-feira, 1º, com ensinamentos de Ricardo, preparador de goleiros da seleção e ex-titular do time, entre os anos de 2001 e 2008. O treinador ficou marcado, entre outros momentos, por duas disputas de pênaltis: nas quartas de final da Eurocopa 2004, quando tirou as luvas para distrair os batedores ingleses, avançando na campanha do vice-campeonato português; e em 2006, novamente contra a Inglaterra, mas na Copa do Mundo, garantindo a vaga portuguesa na semifinal. Em ambas as ocasiões, o treinador da seleção era Felipão.
A equipe portuguesa volta a campo na sexta-feira, 5, contra a França, nas quartas de final, no Volksparkstadion, na Alemanha. O confronto colocará frente a frente dois dos principais craques da Eurocopa, Cristiano Ronaldo e Mbappé.
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