Dorival Jr. define escalação para Brasil x Peru e compara fase com críticas à seleção de 1982

‘A gente pisa no produto que a gente vende’, afirma o treinador na véspera de mais um desafio nas Eliminatórias da Copa

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Por Estadão Conteúdo

Na véspera do duelo com a seleção peruana pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, o técnico Dorival Júnior confirmou a escalação com a qual o Brasil entrará em campo no Arena BRB Mané Garrincha, na capital federal, às 21h45 desta terça-feira. O treinador também falou sobre a importância de Danilo como defensor na equipe e fez uma comparação com o momento vivido pelo time a críticas recebidas pela seleção de 1982, que se tornou memorável pelos craques, belo futebol e fracasso no Mundial da Espanha.

Dorival Júnior disse que os dias de treino nesta Data Fifa serviram para trabalhar movimentos de ataque e de infiltração e disse esperar que o resultado seja mostrado nesta terça-feira contra o Peru. “No momento que estivermos com a bola é preciso que exista movimentos contrários para puxar marcação para alguém buscar a infiltração e espaçar nas defesas adversárias”, afirmou.

Dorival Júnior concede entrevista coletiva no Mané Garrincha na véspera do encontro com a seleção peruana pelas Eliminatórias da Copa de 2026.  Foto: Wilton Junior/Estadão

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O técnico disse que essa situação já foi mais percebida na vitória sobre o Chile na sexta. “Espero que se repita amanhã e que voltemos a ter uma boa apresentação.” As mudanças na equipe, com as entradas de Vanderson no lugar de Danilo, Bruno Guimarães na de André e Gerson na vaga de Paquetá, devem ajudar na movimentação do ataque na avaliação do técnico. “O Vanderson tem um poder de ataque interessante. Estamos melhorando neste quesito. Apesar de não ter homem de referência, como era o Pedro, vejo liberdade de movimento.”

O Brasil deve entrar em campo com a seguinte formação: Ederson; Vanderson, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner; Bruno Guimarães, Gerson e Rodrygo; Raphinha, Savinho e Igor Jesus.

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Dorival evita falar novamente em levar a seleção à final da Copa de 2026

Apesar de não citar as palavras “final da Copa”, Dorival voltou a mostrar confiança em levar a seleção à decisão do próximo Mundial, algo que projetou na última Data Fifa. “Para mim é um desafio. A confiança é muito grande, estamos em um processo de montagem que demanda tempo e paciência. A equipe vai oscilar, mas não tenho dúvida que vamos encontrar caminho e, com um pouco mais de confiança, chegaremos a um momento importante da seleção, novamente.” A última vez que o Brasil chegou à final de uma Copa do Mundo foi em 2002, quando derrotou a Alemanha e ficou com o título.

Na avaliação do técnico, os jogadores estão começando a entender sua ideia de jogo. “Vamos criar mais por estar agredindo um pouco mais a última linha dos adversários. Todos perceberam que não podemos só ter a bola nos pés. Precisamos fazer o trabalho sujo que não vinha acontecendo, o que dificultava infiltrações.”

Importância de Danilo na seleção brasileira, segundo Dorival

Além da movimentação no ataque e infiltrações, Dorival falou bastante também sobre o lateral Danilo, que deixa a equipe para a entrada de Vanderson. “É impressionante o que ele (Danilo) auxilia em todos os sentidos. Ontem, ele teve longa conversa com Vanderson”, afirmou sobre o lateral da Juventus, que não vem atuando muito na equipe italiana.

Dorival Júnior fez questão de falar sobre a importância da composição defensiva para o sucesso no ataque da seleção. “Um dos dois laterais precisa compor. Não vamos alterar isso. Alteramos o movimento de ataque, a amplitude de movimento, mas não podemos abrir mão de ter 3 homens na contenção.”

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Comparação com críticas feitas à seleção que disputou a Copa de 1982

Dorival também relembrou que craques que passaram pela seleção brasileira também foram alvo de críticas da imprensa antigamente e que, depois, se provaram grandes jogadores. “Eu me lembro outro dia lendo uma matéria em que alguns membros da imprensa apontavam o baixo nível da seleção brasileira. Um nível muito baixo para tudo que representava o futebol brasileiro até aquele momento. De repente ele falou: não estou falando da seleção atual. A imagem foi aberta e tínhamos aqui atrás: Zico, Sócrates, Falcão, Cerezo e Zé Sergio. Tem uma matéria aí e vocês podem achá-la”, afirmou.

“Era uma contestação da queda de rendimento da nossa seleção, de que não tínhamos mais craques naquele momento. Zico, Sócrates, Falcão, Cerezo e Zé Sergio. Nós não tínhamos mais craques. Essa era a abordagem inicial”, disse em leve tom de indignação. “É para vocês verem que passam anos e nós continuamos batendo nas mesmas teclas. A única coisa que eu sinto e aqui não é desabafo nem nada disso, eu quero crescimento do futebol brasileiro. Nós vamos alcançar tudo isso. A gente pisa no produto que a gente vende. Essa é a grande realidade do que acontece. E não é só no futebol. Nós fazemos isso com todos os produtos em que a brasileiro possui. Tudo aquilo que se destaca nós pisamos. Estamos vendo isso no que acontece no nosso país de modo geral. É só a gente refletir um pouquinho e no futebol não é diferente”, concluiu.

Apesar de enfrentar o penúltimo colocado das Eliminatórias Sul-Americanas em casa, Dorival disse que a partida não será fácil. “Eles fizeram um jogo duro contra o Uruguai (vitória por 1 a 0) e desde o final da partida contra o Chile estamos falando para os jogadores sobre a qualidade do Peru.”

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Após 9 rodadas, o Brasil tem 13 pontos e está na quarta colocação nas Eliminatórias. O jogo contra o Peru acontece no estádio Mané Garrincha, em Brasília, às 21h45 (de Brasília).

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