Dudu acompanha movimento contra ao gramado sintético após quatro anos no Allianz Parque

Atacante do Cruzeiro defendeu o Palmeiras entre 2015 e 2024, antes de se transferir para Belo Horizonte; em 2023, lesionou o joelho em partida no estádio

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Foto do author Murillo César Alves
Foto do author Ingrid Gonzaga
Atualização:

Dudu, hoje no Cruzeiro, é mais um dos jogadores que se manifestou favorável ao movimento pelo fim do uso de gramados sintéticos nos estádios do País. Dos atletas na ação, como Neymar, Gabigol, Lucas Moura, Thiago Silva e Philippe Coutinho, o atacante é o primeiro a ter atuado por um clube que adota o campo artificial em seu estádio. Ao todo, o atacante permaneceu cinco anos no Palmeiras, após a grama sintética ser instalada no Allianz Parque.

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Dudu defendeu o Palmeiras entre 2015 e 2024. A grama sintética, no entanto, foi instalada somente em 2020, após a diretoria alviverde, juntamente à WTorre, entrarem em um acordo pela troca – pela qualidade do gramado e pelo Allianz Parque ter se tornado uma casa de shows em São Paulo. Entre 2020 e 2021, o atacante também teve uma breve passagem pelo Al-Duhail do Catar.

Nesse período no sintético, Dudu conquistou uma Libertadores, duas vezes o Campeonato Brasileiro e o Campeonato Paulista, Recopa Sul-Americana e a Supercopa do Brasil. Deixou o clube ao final da última temporada, após entrar em rota de colisão com a diretoria e Leila Pereira – incluindo um acerto com Cruzeiro ainda na metade da temporada, que foi cancelado naquele momento.

Dudu atuou cinco anos no Palmeiras, durante período em que o clube passou a adotar o gramado sintético. Foto: Alex Silva/Estadão

Além de ser o primeiro jogador a ter atuado no Allianz Parque a entrar no movimento, Dudu tem um episódio no gramado do Allianz Parque. Em 2023, em duelo com o Vasco pelo Brasileirão, o atacante lesionou o joelho, com ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) e lesão no menisco. À época, por sua perna ter ficado presa no gramado no momento da lesão, o sintético foi levantado como uma das causas.

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“Infelizmente aconteceu comigo o que todos os atletas mais temem na vida: uma lesão grave. Graças a Deus, eu nunca tinha me machucado sério, mas tudo na vida acontece por algum motivo e acredito que Deus sabe de todas as coisas”, escreveu Dudu. O atacante não relacionou o gramado com a lesão, à época. “Está doendo muito aqui no peito, uma tristeza e uma angústia gigantes, pois quem me conhece sabe o quanto sou comprometido.”

Nesta terça-feira, após movimento dos jogadores, o Palmeiras classificou as manifestações como “críticas rasas e sem base científica”, além de reforçar que o gramado possui certificação da Fifa. Em 2020, o atacante elogiou o novo gramado, quando o Allianz Parque passou pela mudança. “Gosto bastante, já tinha falado antes. Para a gente na frente é bom, não é muito bom para nossos zagueiros. Vamos poder jogar mais vezes no nosso campo”, afirmou à época.

Entenda o movimento contra o gramado sintético

A publicação dos jogadores foi acompanhada de uma imagem comparado um campo tradicional com outro sintético, acompanhada da frase “futebol é natural, não sintético” e a hashtag #NãoAoGramadoSintético reforçam o mote da campanha.

Os principais estádios do País que fazem uso do gramado sintético são Allianz Parque, em São Paulo; Nilton Santos, no Rio; e Ligga Arena, em Curitiba, casas de Palmeiras, Botafogo e Athletico Paranaense, respectivamente. Cada local usa um tipo diferente de material e todos possuem o certificado de qualidade da Fifa. Entre os motivos pelos quais os clubes adotaram o sintético está a quantidade de eventos que os estádios recebem ao longo do ano.

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O Mercado Livre Arena Pacaembu, na capital paulista, também dispõe de campo sintético. Por sua vez, o Atlético-MG estuda adotar o gramado artificial após receber duras críticas pela má qualidade do campo da Arena MRV, em Belo Horizonte. Outros estádios, como Mineirão, Mané Garrincha e Maracanã, foram alvos de desdém de atletas ao longo da última temporada pelas condições ruins de jogo.

Em contrapartida, os atletas colocam em xeque a qualidade do piso artificial. “Objetivamente, com tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim”, escreveram.

Os jogadores também exigem serem consultados: “Nas ligas mais respeitadas do mundo os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste”.

Para os atletas que se manifestaram, a medida de adotar apenas o gramado natural é essencial para o futebol brasileiro estar entre as principais do mundo. “Se o Brasil deseja definitivamente estar inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam”, finalizaram

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