Duílio Monteiro Alves não quis atrapalhar a coletiva de apresentação de Mano Menezes nesta sexta-feira. Mas o presidente do Corinthians fez um breve discurso para se desculpar sobre fala de que o treinador não trabalharia em sua gestão e ainda rebateu as críticas da oposição, que cobrou ser consultada sobre quem deveria ser contratado para a vaga e Vanderlei Luxemburgo. Ainda agradeceu o ex-técnico pelo trabalho dos últimos cinco meses.
“Boa tarde a todos, à torcida que nos acompanha. Temos um clássico importante, hoje é a apresentação do Mano, mas surgiram assuntos que acho importante esclarecer. Muito se falou sobre a declaração que fiz uma vez. A gente é surpreendido por notícias que não são verdadeiras e só desmentir, falar, não serve. Foi para preservar o profissional que aqui estava, tive de dar para parar as especulações”, afirmou Duílio. “Ontem muitos estavam dando o Tite fechado e nós dizendo que nem abrimos negociação. Desculpa ter falado, a gente aprende, pode mudar e entendo que o Mano é o melhor para o Corinthians”, disse, desculpando-se pela declaração.
Duílio, que sempre foi contra a demissão, aproveitou para se despedir de Vanderlei Luxemburgo. “Quero fazer um agradecimento ao Luxemburgo e toda sua comissão, por ter aceito vir naquele momento, pelo trabalho... As mudanças são coisas do futebol. Pensamos muito no futuro, só por isso. Vanderlei é um dos maiores do futebol brasileiro.”
O dirigente ainda revelou que a chegada de Mano Menezes é já pensando na montagem do grupo para 2024. “Agradeço que tenha aceitado. As outras duas passagens também foram em momentos difíceis, uma na Série B e outra como essa, com eleições (no fim do ano), na qual deixou time montado e em 2015 o Corinthians foi campeão brasileiro”, disse. “Num momento conturbado, de decisões, com clássico, Mano é a pessoa certa para o momento, mas também pensando no futuro, com uma reformulação, montagem do elenco. Não podemos pensar (em planejamento para 2024) só em janeiro. Por isso o professor está aqui.”
Foi nesse momento que Duílio resolveu rebater com veemência a revolta de Augusto Melo, que cobrou ser ouvido sobre a escolha do treinador e reclamou muito do contrato de 27 meses dado a Mano Menezes, que não é prioridade para o candidato da oposição.
“Vimos mais uma vez o Augusto querendo atrapalhar o Corinthians, querendo falar do treinador se nem sequer registrou sua candidatura. Já fez isso com Fábio Santos na semana, só há a lamentar. Ele é apenas candidato a candidato (para a presidência). Se for candidato e for eleito, ele toma a atitude dele, mas o presidente do Corinthians até 31 de dezembro sou eu. Eu assino, eu resolvo”, disparou. “Fiz um mandato fazendo o que o Corinthians precisou, independentemente do que um candidato a candidato quer. Mesmo se ele fosse, não o consultaria. Era isso.”
Antes de encerrar, porém, deu mais uma cutucada em Augusto Melo, que vem prometendo grandes nomes para o time de 2024 caso seja eleito. “Quero avisar ao mercado, a vocês que estão fazendo propostas, que isso não é o Corinthians. O clube quebraria no primeiro mês com a gestão dessa pessoa.”
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