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‘É mau para o sistema o Palmeiras ganhar dois anos seguidos’, diz auxiliar de Abel Ferreira

Em entrevista polêmica, João Martins sugere que árbitros estão cometendo erros propositais para prejudicar o time paulista no Brasileirão

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Por Estadão Conteúdo
Atualização:

O auxiliar técnico do Palmeiras, João Martins, disparou contra a arbitragem do jogo contra o Athletico-PR, neste domingo, e contra o próprio Campeonato Brasileiro. Em tom de desabafo, o português sugeriu que os juízes estão cometendo erros propositais para prejudicar o time paulista na competição: “Nós entendemos que é mau para o sistema o Palmeiras ganhar dois anos seguidos”.

“Pelo (bem da) saúde mental da nossa comissão técnica, ainda bem que sou eu hoje aqui. Nós entendemos que o futebol brasileiro passa uma imagem de que é o mais competitivo do mundo porque ganham vários (times diferentes). Mas ganham vários porque, muitas vezes, não deixam os melhores ganhar. Foi mais uma vez o que se passou hoje. Nós entendemos que é mau para o sistema o Palmeiras ganhar dois anos seguidos”, declarou.

O auxiliar técnico do Palmeiras, João Martins, durante jogo da Libertadores de 2022.  Foto: Carla Carniel/Reuters

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Martins substituiu Abel Ferreira na entrevista coletiva porque o treinador cumpriu suspensão neste domingo, no empate por 2 a 2, disputado na Ligga Arena, em Curitiba. Demonstrando irritação, o auxiliar fez diversos ataques ao futebol brasileiro em meio a críticas ao desempenho do árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima.

“Em toda a Europa, há dois ou três (times) que ganham sempre porque são os melhores. Não vale a pena amanhã ter o presidente mostrando imagens e frames para justificar incompetências e erros grosseiros, que fazem quem trabalha mais diariamente (perder). Mesmo que não nos deixem, não há problema. Nós vamos lutar até o fim. Vamos dar o nosso melhor, é para isso que somos pagos. Não vão nos calar. Seremos expulsos quantas vezes for preciso. O que aconteceu hoje foi simplesmente uma vergonha.”

O principal motivo da reclamação do auxiliar foi a não expulsão de Zé Ivaldo no início da partida. O jogador do Athletico-PR acertou uma cotovelada na cabeça de Endrick, dentro da área, e levou apenas o cartão amarelo - o atacante palmeirense acabou desperdiçando a cobrança de pênalti.

“Aos três minutos, se condiciona um jogo e depois vem justificar com faltinhas. Não é por acaso que o Palmeiras é o clube com menos lesões e, neste ano, está sendo por causa de lesões traumáticas, porque eles passam dos limites das linhas do jogo sistematicamente. Não expulsou o jogador (Zé Ivaldo) e dá cartão amarelo ao Garcia injustificadamente por demorar para bater um lateral: o Brasil é especialista em perder tempo. Por isso que na Europa, não veem jogos no Brasil; porque muitas vezes parece mais teatro que futebol. Depois, um pênalti muito bem marcado porque ele não viu, deve estar cansado, falta preparação física.”

Para o auxiliar do Palmeiras, o futebol brasileiro tem “pouca credibilidade” em outros países. “O pênalti foi bem marcado e o amarelo muito bem dado, mas condicionou no primeiro tempo por aquele amarelo ridículo que acontece só no Brasil. Por isso aqui há pouca credibilidade lá fora: não é por falta de qualidade dos jogadores, mas por falta de transparência. Podem continuar a nos expulsar, mas vamos lutar até a última gota de suor pelo bem do futebol e do Palmeiras.”

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A entrevista coletiva acabou sendo interrompida pelo diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros. Ele alegou que Martins iria fazer apenas um pronunciamento, sem entrevista coletiva. O auxiliar, contudo, chegou a responder a primeira pergunta feita pelos jornalistas presentes.

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