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Em grave crise financeira, Barcelona elege presidente em busca de paz

Após escândalo policial que levou ex-presidente à prisão, eleição de domingo definirá o dirigente que terá o desafio de reerguer o clube espanhol

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Por Redação

Em meio a uma situação econômica delicada e com Lionel Messi contando os dias para sua saída, a prisão do ex-presidente do Barcelona Josep Maria Bartomeu foi o ponto alto de um ano turbulento para o clube catalão, poucos dias antes das eleições presidenciais marcadas para domingo. A detenção do dirigente e as buscas na sede do clube na segunda-feira por causa do chamado Barçagate foram mais um capítulo de uma descida ao inferno do Barça.

Seja quem for o vencedor das eleições de domingo, Joan Laporta, Toni Freixa ou Victor Font, o trabalho do novo presidente parece um desafio gigantesco. A conquista da vaga na decisão da Copa do Rei na quarta-feira, com vitória sobre o Sevilla nas semifinais, foi um alívio após o golpe da prisão de Bartomeu.

Barcelona prepara a escolha do novo presidente Foto: Albert Gea/Reuters

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Suspeito de "crimes de administração desleal e corrupção", ele foi libertado provisoriamente, junto com seu braço direito, Jaume Masferrer, enquanto prossegue a investigação pela suposta contratação de uma empresa para realizar campanhas de difamação contra opositores. Uma campanha que também teria sido dirigida contra figuras do clube como Gerard Piqué e Messi, que não escondeu suas opiniões em várias ocasiões durante esta crise, acelerada após a eliminação nas semifinais da Supertaça Espanhola em janeiro de 2020.

À época, a derrota para o Atlético de Madrid precipitou a saída do técnico Ernesto Valverde e sua substituição por Quique Setién, num movimento que não melhorou o estilo de jogo da equipe e acabou provocando as primeiras críticas ao time e Messi. O então diretor de futebol, Eric Abidal, atribuiu aos jogadores a responsabilidade pela saída de Valverde, o que levou Messi a pedir ao dirigente que "assumisse as suas decisões" e "desse nomes".

Esse foi o primeiro conflito entre a gestão de Bartomeu e a estrela argentina, que voltaria à tona quando a rádio Cadena Ser divulgou o escândalo Barçagate em fevereiro. Bartomeu foi rápido em negar essa informação, mas o caso levou à renúncia de seis executivos e à abertura de uma ação contra o conselho por um grupo de sócios. 

O maremoto institucional aumentou com a chegada da pandemia e a paralisação do futebol, que cortou várias fontes de renda para o Barcelona. O clube teve de reduzir o salário dos seus jogadores e terminou a temporada com um prejuízo de 97 milhões de euros (R$ 658 milhões), que se juntam uma enorme dívida de 1,1 bilhão de euros (R$ 7,4 bilhões). 

Sem ganhar nada no futebol desde abril de 2019, no retorno do confinamento o Barça viu o Real Madrid conquistar o Espanhol e o Bayern de Munique eliminá-lo das quartas de final da Liga dos Campeões com uma histórica goleada por 8 a 2. Ainda abalado com aquele golpe, Messi pediu publicamente para deixar o clube. O capitão do Barça, que viu seu amigo Luis Suárez sair pela porta dos fundos, continua incerto sobre seu futuro faltando quatro meses para o fim de seu contrato. 

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A temporada atual começou aos trancos e barrancos com algumas derrotas e contusões. Mas, desde o Natal, a equipe tem se fortalecido sob a orientação de Ronald Koeman, que mantém o time na segunda posição do Espanhol e com a vaga na final Copa do Rei no bolso. 

Misturando jovens com veteranos num elenco que não recebeu grandes reforços, Koeman está formando um grupo sólido em campo, que busca seguir na Liga dos Campeões, após a derrota para o Paris Saint-Germain no jogo de ida das oitavas de final. Agora só falta esperar o domingo para que o novo presidente seja escolhido e traga também tranquilidade no âmbito institucional. / COM AFP

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