Empresa de Leila Pereira vai investir R$ 500 milhões para administrar e modernizar Arena Barueri

Crefipar, empresa do Grupo Crefisa, de propriedade da presidente do Palmeiras, ganha concessão do estádio, que pode ter novo nome e grama sintética

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Foto do author Ricardo Magatti
Atualização:

Quarta mulher mais rica do Brasil, segundo a Forbes, Leila Pereira senta em muitas cadeiras no Palmeiras. Patrocina o clube por meio da Crefisa e da FAM desde 2015, é credora da agremiação, presidente, dona do avião usado pela delegação para as viagens fora de São Paulo e, agora, vai administrar a Arena Barueri, estádio que será usado pelo time na reta final da temporada.

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A Crefipar, empresa do Grupo Crefisa, ganhou a licitação aberta pela Prefeitura neste ano para modernização, operação, manutenção e gestão da Arena Barueri, situada na região metropolitana de São Paulo. A gestão municipal transferiu a administração do estádio para a iniciativa privada sob a justificativa da dificuldade em arcar com os altos custos gerados pelo equipamento esportivo.

Segundo consta no edital de concessão, ao qual o Estadão teve acesso, o valor estimado do contrato é de R$ 525 milhões. O montante corresponde ao valor dos investimentos e das despesas e custos operacionais obrigatórios estimados para execução das obrigações do acordo, cumulado com o somatório dos valores de outorga.

Assim que assinar o contrato, a empresa de Leila Pereira ficará responsável pela administração do estádio por 35 anos. O acordo ainda não foi concluído porque restam detalhes burocráticos para serem resolvidos. Depois disso é que será feito o anúncio oficial.

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Arena Barueri passará a ser administrada por empresa de Leila Pereira Foto: Divulgação/Secom Barueri

De acordo com o edital, a empresa ganhadora da concessão terá de promover a implantação do gramado sintético e será responsável pela modernização do estádio. Também terá o direito de explorar a arena comercialmente e a possibilidade de modificar o nome do local, com a opção de “preferencialmente” manter Barueri na nomenclatura.

Entre as contrapartidas, também está prevista a recuperação da pintura de todas as edificações, instalações e demais elementos integrantes da Arena Barueri, como fachadas, paredes internas, arquibancadas, assentos esportivos, guarda corpos, coberturas e marquises. A Prefeitura fez, no edital, a sugestão da construção de uma sala para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O Palmeiras, ciente de que não poderá mandar algumas partidas no Allianz Parque em razão do calendário de shows, está cuidando há semanas do gramado do estádio em Barueri, onde foi disputado o primeiro jogo das finais do Campeonato Paulista neste ano contra o Água Santa.

Desde julho, quando Leila se reuniu com o prefeito de Barueri, Rubens Furlan, o clube fez um acordo com a Prefeitura. Marcado para o dia 8 de outubro, o clássico com o Santos, por exemplo, será disputado no estádio porque haverá dois shows do cantor canadense The Weeknd nos dias 10 e 11 no Allianz Parque.

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Dos nove jogos que o Palmeiras tem como mandante a disputar no ano, ao menos quatro serão jogados fora do Allianz Parque. Além do duelo com o Santos, as partidas contra Athletico-PR, Internacional e América-MG, todas pelo Brasileirão, também não serão realizadas na arena palmeirense. E é provável que esses três compromissos também tenham a Arena Barueri como palco.

Presidente do Palmeiras, Leila Pereira é acusada de acumular conflito de interesses Foto: Marcelo Chello / Estadão

Conflito de interesses

Membros da oposição do Palmeiras e torcedores apontam mais um conflito de interesses envolvendo Leila, proprietária das empresas que patrocinam o clube desde 2015, presidente e, também, credora da agremiação, que ainda deve R$ 43 milhões para a Crefisa.

Um grupo de conselheiros cobra transparência de Leila e acusa a mandatária de usar o clube para aumentar seu patrimônio. Recentemente, eles fizeram um questionamento formal e pediram que sejam debatidas situações em que julgam haver conflito de interesses.

Também querem discutir os contratos de patrocínio e aspectos da contratação da Placar Linhas Aéreas S/A, empresa da própria presidente para prestar serviços aéreos para o Palmeiras, além de informações básicas, como seguros, indenizações e a responsabilização por eventuais novos prejuízos que o time tenha com mais problemas no avião.

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A empresária nega haver conflito de interesses e sempre repete que submete todas suas decisões ao Conselho de Orientação Fiscal (COF), no qual, garante, Leila, será discutida em breve a relação entre Placar e o Palmeiras.

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