No fim de junho, alguns dos 20 mil torcedores que foram à Arena MRV assistir a um jogo que reuniu ídolos históricos do Atlético Mineiro reclamaram da existência de um possível ponto cego na arquibancada superior do Nível Inter Sul, atrás do gol localizado à direita das cabines de transmissão. A reclamação se tornou viral e fez o clube se posicionar.
O Atlético e os responsáveis pela Arena MRV dizem não haver ponto cego no estádio. Trata-se, na verdade, de um problema de visibilidade provocado pelo mau comportamento de alguns torcedores, que se apoiaram no guarda-corpo de vidro, obstruindo a visão de parte do gramado.
Segundo o Atlético, estando em pé no corredor de circulação, os torcedores bloqueiam a visão principalmente de deficiente físicos, que ocupam as primeiras cadeiras da fileira daquele espaço.
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“Se todo mundo ficar em pé, na frente, não tem visibilidade. Ele não foi projetado para isso. Quando a gente fala que não tem ponto cego é porque o projeto não prevê isso”, salienta Bernardo Farkasvolgyi, arquiteto que projetou o estádio atleticano.
A acessibilidade é, inclusive, uma das marcas do estádio, que reserva 3% dos assentos para obesos, tem todos os banheiros adaptados para pessoas com deficiência, possui vasos sanitários para portadores de nanismo e dispõe de elevadores amplos, capazes de acomodar com conforto os cadeirantes. No total, são 460 espaços para cadeirantes, cada um com assento para acompanhante.
Para evitar novas reclamações, o clube planeja colocar seguranças e monitores para orientar os torcedores a não posicionarem em pé nos corredores de passagem. “Nós vamos ter de trabalhar a educação e o controle de circulação dos torcedores”, diz Bruno Muzzi, CEO do Atlético. “Vai ser um exercício de educação. Daqui a pouco, as pessoas começam a entender”.