A partida entre França x Marrocos, na quarta-feira, pela semifinal da Copa do Mundo do Catar, deverá ser a última a ser realizada no estádio Al Bayt. A arena para 60 mil pessoas ganhou destaque pelo seu formato de tenda árabe. Assim que a competição acabar, uma equipe formada por engenheiros e operários tratará de dar uma nova finalidade ao local. A expectativa é de que um complexo com um hotel cinco estrelas, shopping e um hospital especializado em medicina esportiva.
O A Bayt está situado nos arredores de Al Khor, cidade com cerca de 140 mil habitantes, manter o estádio seria inútil e caro demais e não fazia sentido. Segundo o Hassan Al Thawadi, secretário-geral do Comitê de Entrega e Legado da Copa de 2022, o conceito foi construir obras que não gerassem “elefantes brancos” depois que o evento terminasse. “Nas obras dos estádios utilizamos materiais que possam ser reciclados”, escreveu ele em um documento em que apresentou detalhes sobre as arenas do Mundial do Catar.
E essa reconversão das arenas a uma nova fase já está acontecendo. A desmontagem do Estádio 974, que leva em seu nome o números de contêineres que formam a arena, já está em curso. A ideia é de que ali surja um parque, com vista para a região de West Bay, uma das áreas mais bonitas e modernas de Doha. E com a facilidade de ter uma estação de metrô, a poucos metros de distância.
Três estádios – o Ahmad bin Ali, o Al Janoub e o Al Thumama – continuarão a receber partidas de futebol da primeira divisão do Catar, mas terão a suas capacidades drasticamente reduzidas para cerca de 20 mil espectadores antes de serem entregues para que clubes, como o Al-Rayyan e o Al-Wahrah, organizem as suas partidas nestes campos.
Movimento similar vai acontecer com o Education City, onde o Brasil foi eliminado pela Croácia, nos pênaltis. Com capacidade para cerca de 45 mil pessoas, a arena será diminuída para pouco menos da metade. “As cadeiras que forem retiradas serão doadas a países mais pobres”, diz Ali Al Dosari, diretor de instalações do Al-Janoub.
Até mesmo o estádio Lusail, palco da final, está na lista de desmonte. Com seus 88 mil lugares, é o maior entre todos os estádios da Copa do Catar. Ainda não há um projeto definido para o que acontecerá ali, mas entre as ideias está a instalação de um polo de serviços, com lojas, escolas e cafés.
O único que permanecerá como está será o Khalifa. Construído em 1976 e renovado em 2017 para seguir os padrões da Fifa para o Mundial, o estádio continuará a organizar os jogos da seleção catariana e eventos como a etapa da Liga Diamante no Atletismo, que acontece ali todos os anos.
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