Ex-mulher de Daniel Alves se arrepende de defender jogador em caso de agressão sexual: ‘Fui usada’

Dinorah Santana se separou do lateral há 12 anos, mas o visitou em diversas oportunidades no presídio de Barcelona. ‘Para mim, ele morreu’, diz a empresária ao admitir que ‘as falas sobre sua defesa foram ensaiadas’; ‘Estadão’ procurou assessoria do atleta e foi informado de que não vai se pronunciar

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Por Redação
Atualização:

Acusado de estupro de uma jovem em uma balada de Barcelona em dezembro, Daniel Alves pode ser julgado ainda neste mês na Justiça espanhola. Preso desde o início de 2023, o jogador de 40 anos contou com o apoio da ex-mulher, mãe de seus filhos e parceira de negócios Dinorah Santana ao longo dos últimos meses, mesmo estando separados há 12 anos. Nesta semana, ela diz se arrepender de ter defendido o lateral e afirma que as entrevistas que concedeu ao longo de 2023 foram “ensaiadas”.

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Em diversas oportunidades, Dinorah afirmou, publicamente, que confiava na inocência do jogador, que está preso em Barcelona, no presídio Brians 2, desde o dia 20 de janeiro. Em fevereiro, ela disse que colocaria sua “mão e corpo” no fogo pelo ex-marido. “Há estupradores condenados nas ruas. Dani não é estuprador, como ele está preso? Isso é o que não me entra na cabeça”, disse, em entrevista ao canal Telecinco. A reportagem do Estadão entrou em contato com a assessoria de Daniel Alves e foi informado de que não haverá pronunciamento.

Ao portal Uol, Dinorah relembrou essas últimas entrevistas e disse se arrepender das palavras que utilizou e do que declarou em defesa de Daniel Alves. “Ajudei por ser o pai dos meus filhos e me arrependo justamente porque ele parece não se importar com isso. Sinto que fui usada, colocada como uma boneca para repetir frases. Disseram: ‘Traga as crianças para Espanha, venha’, e eu fui. Advogados me passaram falas decoradas no aeroporto, para falar com os jornais, e eu fiz. Na hora, só pensei que o certo era defendê-lo. Mas quando eu não fui mais interessante para ele nem para seus advogados, ele sumiu”, afirmou.

Daniel Alves é acusado de estuprar uma jovem em Barcelona, em dezembro de 2022. Foto: Vincent West/Reuters

Dinorah se mudou com os filhos Daniel, de 17 anos, e Vitória, de 16, para Barcelona neste ano. A ideia dos advogados era utilizar a família do jogador para conquistar a liberdade provisória enquanto ele aguardava o término das investigações e o julgamento na Justiça espanhola. “A minha expectativa é ficar o mais longe possível do senhor Daniel. Nada que ele faça ou deixe de fazer importa. Ele não existe mais. Cheguei a defendê-lo publicamente e me arrependo muito. Hoje não quero saber de sua existência. Para mim, ele morreu”, disse.

Na semana passada, Joana Sanz, que havia se separado de Daniel Alves, teria voltado a se aproximar do jogador. “O Daniel que foi casado comigo, aquele homem que ficou dez anos ao meu lado, não seria capaz de uma agressão, e por isso eu o defendi. Mas o homem com quem fui casada também não faria o que fez com os nossos filhos. Então, não tenho mais como opinar. Me separei dele há 12 anos. Não achava que ele seria capaz de muitas coisas e ele fez.” Dinorah afirma que sua família sofre ataques nas ruas e que foi traída pelo jogador enquanto foram casados, entre 2008 e 2011.

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Nova advogada

Preso na Espanha por agressão sexual desde janeiro, o jogador brasileiro será, a partir de agora, representado no processo por Inés Guardiola, de acordo com o Canal Cuatro. Segundo a imprensa espanhola, a profissional já teria se encontrado com o lateral e tem a autorização de Cristóbal Martell, antigo advogado do brasileiro, para assumir o processo.

O desejo de mais uma troca em sua defesa partiu da vontade de Daniel Alves e de pessoas próximas ao brasileiro. A escolha por Martell para o processo - para assumir o lugar de Miraida Pontes, que foi a primeira no caso - não era vista totalmente como positiva. Apesar de conhecido por grandes casos na Justiça, Martell não tinha tanta experiência com crimes sexuais, como é a acusação contra o brasileiro.

Relembre o caso

O caso teve sua primeira repercussão na imprensa espanhola ainda no ano passado. No dia 31 de dezembro, o diário ABC revelou que Daniel Alves teria violentado sexualmente uma jovem na boate Sutton no dia anterior. A mulher esteve acompanhada por amigas a todo o instante e a equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d’Esquadra), que colheu o depoimento da vítima.

No dia 10 de janeiro, a Justiça espanhola aceitou a denúncia e passou a investigar o jogador brasileiro que por muitos anos defendeu a camisa do Barcelona. Inconsistências nas versões dadas pelo atleta à Justiça, além da possibilidade de fuga do páis europeu, fizeram com que a juíza Maria Concepción Canton Martín decretasse a prisão de Daniel Alves no dia 20 de janeiro, uma sexta-feira, após prestar depoimento.

O Juizado de Instrução 15 de Barcelona conduz a investigação. Nas contradições, Daniel Alves chegou a dizer que não conhecia a mulher que o acusava; depois, revelou que houve relação sexual com ela, mas de forma consensual. O pedido do Ministério Público para que o atleta fosse detido aconteceu também por causa de um possível risco de que ele “fugisse” da Espanha, em meio à condução do processo.

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