A International Football Association Board (Ifab, da sigla em inglês), entidade responsável por regulamentar as regras do futebol, estuda aplicar nova norma de ‘expulsões temporárias’ para promover a redução de reclamações com árbitros durante as partidas ao redor do mundo. Além disso, apenas os capitães seriam autorizados a discutir com os juízes no decorrer dos jogos.
De acordo com o jornal britânico The Times, a iniciativa, que ainda está em debate, visa preservar os juízes de ofensas e agressões, além de facilitar a tomada de decisão em lances que requerem mais cautela e precisão. No caso da expulsão temporária, cabe ao juiz decidir se determinado jogador fica 10 minutos de fora da partida por reclamações mais exaltadas.
“Os jogadores podem não se preocupar tanto em receber um cartão amarelo por dizerem algo inapropriado ao árbitro, mas pode fazer uma grande diferença se eles souberem que isso significa parte do jogo fora de campo” explicou Lukas Brud, CEO da Ifab. Caso seja confirmada, a nova regra passa a ser um novo recurso disciplinar aos árbitros que já têm à disposição hoje os cartões amarelo e vermelho.
A ideia de expulsão temporária tem sido testada em categorias de base do futebol da Inglaterra e os resultados são positivos, animando a Ifab. Outra possibilidade em questão é somente autorizar que capitães dos times falem com os árbitros, evitando aglomerações desnecessárias. Este tipo de regra é usada no rúgbi, por exemplo.
A prioridade da Ifab é proteger a função de árbitros de futebol, a ponto de continuar motivando as próximas gerações a seguir nesta carreira, sem terem de se preocupar com agressões físicas ou outras questões emocionais ao se apitar uma partida de futebol.
“Há um grande problema em reter árbitros ou motivar as pessoas a começarem a arbitrar”, declarou Brud. “Eles veem o que está acontecendo em campo, sentem os abusos e têm medo de agressões. Começa no topo. O que os ídolos de futebol fazem em uma partida, crianças e adultos no futebol amador irão copiar no dia seguinte”, concluiu o dirigente.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.