Os jogadores e a comissão técnica do Palmeiras chegaram ao Brasil. A delegação alviverde deixou Cali, na Colômbia, no começo da tarde desta sexta-feira e desembarcou em São Paulo no início da noite, um dia e meio depois do previsto em sua programação. As mudanças que prejudicaram a logística da equipe foram provocadas por um problema técnico no avião que pertence à presidente Leila Pereira.
O Palmeiras venceu o Deportivo Pereira por 4 a 0, na quarta-feira, pela rodada de ida das quartas de final da Libertadores, na cidade colombiana de Pereira. Na hora de voltar para São Paulo, o sistema de segurança do avião modelo E190-E2, fabricada pela Embraer e comprada neste ano por Leila com a ideia de facilitar e baratear a logística do clube, detectou um problema técnico, o que impediu o retorno. Nesse caso, a programação foi alterada.
A falha técnica obrigou os jogadores e demais funcionários palmeirenses a percorrer de ônibus um trajeto de mais de 200 km de Pereira até Cali, onde embarcaram em um voo fretado nesta sexta-feira por volta das 11 horas (de Brasília). A aeronave de Leila, por sua vez, continua parada na Colômbia para manutenção.
A intempérie comprometeu a preparação do técnico Abel Ferreira para o duelo com o Vasco, marcado para as 18h30 de domingo e válido pela 21ª rodada do Brasileirão. Com a reapresentação adiada e apenas um dia para treinar, o treinador português deve poupar alguns jogadores diante do rival carioca. O time está 11 pontos atrás do líder Botafogo.
Os atletas vão treinar um dia a menos também e ficaram impedidos de descansar. A programação previa folga para os jogadores na quinta-feira, dia em que eles voltariam para o Brasil. Com o imprevisto, perderam a folga e passaram quatro horas dentro de um ônibus.
Nesta sexta, os jogadores treinariam na Academia de Futebol, o que também não foi possível, já que só chegaram à capital paulista ao anoitecer. Eles fizeram uma ativação física no hotel, antes de embarcarem no voo de volta. O elenco fará no sábado, às 11 horas, o primeiro e único treino em preparação para o jogo contra o Vasco.
Abel Ferreira sempre reclama do desgaste provocado pelo excesso de jogos no futebol brasileiro e, quando o faz, chama a atenção para a necessidade de os atletas terem um período adequado para descansar e treinar no intervalo entre as partidas. “É preciso dar também o tempo de descanso, três dias de trabalho é o que eu peço. No final, isso conta. Eu vivo disso”, disse o técnico em maio. “É respeitar um pouco os tempos de recuperação, e quando não respeitar, tenho de trocar os jogadores”.
Nesse cenário e levando em conta o que sempre diz Abel, atletas que não jogaram na Colômbia devem ganhar uma chance entre os titulares no domingo. Endrick, por exemplo, não viajou para Pereira porque estava suspenso. Descansado, o jovem atacante vive a expectativa de voltar a jogar.
A viagem para enfrentar o Deportivo Pereira foi a primeira internacional da aeronave com o Palmeiras. Comprado em Portugal, o avião realizou voos até mais longos para chegar ao Brasil sem problemas e também já tinha sido usado em outras ocasiões na Europa. Antes do jogo da Libertadores, a delegação do time paulista voou com a aeronave da presidente para o Rio, onde perdeu para o Fluminense, e para o Mato Grosso, onde ganhou do Cuiabá.
O avião pertence à Placar Linhas Aéreas, empresa de Leila Pereira no ramo da aviação. A ideia é colocá-lo à disposição de outros clubes para fretamento. O próprio Palmeiras utilizará o serviço como cliente.
No momento, contudo, isso não é possível porque a Placar espera a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para realizar voos comerciais. Sem a liberação, as três viagens do clube foram realizadas como voos particulares e 100% bancadas pela presidente alviverde. Os custos provocados pelo imprevisto na Colômbia, como hospedagem, deslocamento e fretamento de uma nova aeronave, também foram arcados por ela.
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