Federações sul-americanas assinam termo de compromisso contra o racismo

Documento diz que Conmebol está em linha com medidas rigorosas e pede reflexão para estabelecer ‘clima sem violência’

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Atualização:

Os presidentes das federações sul-americanas de futebol, inclusive Ednaldo Rodrigues, da CBF, assinaram um termo de compromisso de combate ao racismo, em meio às cobranças feitas à Conmebol para que medidas mais sólidas sejam tomadas para coibir e punir ataques racistas.

O documento também tem assinatura da representante da Conmebol na Fifa e defende que a entidade “está em linha com as medidas mais rigorosas implementadas nas mais importantes Ligas, Confederações e Fifa”, além de ressaltar as parcerias mantidas com Observatório de Discriminação Racial no Futebol e o Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH).

Ednaldo Rodrigues foi um dos presidentes que assinou termo de compromisso contra o racismo. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

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“Na Conmebol estamos comprometidos com a luta contra o racismo, a discriminação e qualquer ato de violência, dentro e fora dos estádios de futebol. Estamos perante um problema social mundial que se manifesta através de diversas formas e costumes que afetam muitas sociedades de uma forma particular”, diz o texto.

“As Associações Membro que compõem o Conselho Diretivo da Conmebol subscrevem através deste comunicado um chamado à reflexão para estabelecer um clima sem violência, sem discriminação e sem racismo e assim evitar qualquer tipo de manifestação que provoque aumento do confronto entre torcedores e divisão entre os sul-americanos”, conclui.

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O termo de compromisso faz parte de uma movimentação que começou depois que a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, subiu o tom ao cobrar punições duras ao Cerro Porteño em razão das ofensas racistas sofridas pelo atacante Luighi durante partida da Libertadores Sub-20. A presidente do clube alviverde chegou a sugerir que os times do Brasil deixassem a Conmebol para se filiar a Concacaf.

Durante o evento em que foram sorteados os grupos da Libertadores e da Copa Sul-Americana, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, deu uma entrevista em zona mista, na qual disse que os torneios da Conmebol sem times brasileiros seriam como “Tarzan sem a Chita”. A fala causou indignação nos clubes brasileiros.

Enquanto lida com as críticas, Domínguez está organizando uma, marcada para dia 27 de março, na qual serão debatidas medidas contra o racismo, a discriminação e violência no futebol sul-americano. De acordo com a entidade, embaixadores dos governos dos países que fazem parte da confederação e representantes das associações nacionais de futebol foram convidados para participar do encontro.

Leia a íntegra do documento assinado pelas federações:

Na CONMEBOL estamos comprometidos com a luta contra o racismo, a discriminação e qualquer ato de violência, dentro e fora dos estádios de futebol. Estamos perante um problema social mundial que se manifesta através de diversas formas e costumes que afetam muitas sociedades de uma forma particular.

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A atuação da CONMEBOL está em linha com as medidas mais rigorosas implementadas nas mais importantes Ligas, Confederações e FIFA. Como parte da nossa política de combate a esse flagelo, além do que já foi exposto trabalhamos em conjunto com o Observatório de Discriminação Racial no Futebol e o Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos do MERCOSUL (IPPDH).

No último dia 17 de março, nosso Presidente, Sr. Alejandro Domínguez, por ocasião do sorteio da CONMEBOL Libertadores e da CONMEBOL Sul-Americana, comprometeu-se publicamente a convocar as autoridades governamentais e as Associações Membro, a fim de dialogar sobre critérios para enfrentar e perseguir este flagelo.

Consequentemente, no dia 27 de março, a convite da CONMEBOL, os Embaixadores dos dez países sul-americanos que compõem a Confederação e os representantes das Associações Membros se reunirão para debater a luta contra o racismo, a discriminação e a violência. Os resultados desta reunião serão apresentados na reunião do Conselho agendada para 7 de abril.

As Associações Membro que compõem o Conselho Diretivo da CONMEBOL, subscrevem através deste comunicado um chamado à reflexão para estabelecer um clima sem violência, sem discriminação e sem racismo e assim evitar qualquer tipo de manifestação que provoque aumento do confronto entre torcedores e divisão entre os sul-americanos.

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