Não é só para a comissão técnica e a diretoria da Inter de Milão que Adriano se tornou um estorvo. Para os seus vizinhos, também. Os moradores da minúscula San Fermo della Battaglia (cidadezinha de 4.200 habitantes concentrados em uma área de 3 quilômetros quadrados a cinco quilômetros de Como), que moram perto do atacante brasileiro, não agüentam mais as ruidosas festas madrugada adentro que ele promove com freqüência, com música alta e bagunça na piscina. Em agosto, os vizinhos chamaram a polícia duas vezes para reclamar do barulho que vinha da casa do jogador. A primeira foi no dia 15, feriado na Itália, e a segunda dia 19, quando a Inter perdeu para a Roma na final Supercopa da Itália num jogo para o qual ele não foi convocado. O prefeito de San Fermo, Pierluigi Mascetti, diz que Adriano mudou muito de um ano para cá - vive na cidade há três anos e meio. "No começo, ele se dava bem com todos os vizinhos. As crianças tocavam a campainha de sua casa para pedir autógrafos e ele as convidava para tomar Coca Cola. Mas hoje ele vive isolado e não fala com ninguém." Ele instalou em sua campainha um sistema que só permite seu acionamento depois que um código é digitado. E pouquíssima gente tem esse código. As notícias das festas de Adriano chegaram ao conhecimento do técnico Roberto Mancini, e foi por isso que ele convenceu a diretoria a tentar colocar o atacante por empréstimo em outro clube. Como Adriano só aceitava sair em definitivo e o mercado de transferências foi fechado na última sexta-feira, ele ficará encostado no clube. Não foi convocado para o jogo de sábado contra o Empoli nem foi inscrito na Liga dos Campeões da Europa.
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