O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira uma medida que volta a ameaçar a continuidade do Campeonato Paulista. Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, a gestão de João Doria (PSDB) confirmou a prorrogação do período emergencial e da proibição das atividades esportivas. Em vez da restrição durar até 30 de março, agora valerá até 11 de abril em todo o Estado de São Paulo.
"Sobre os eventos esportivos e o futebol, vamos seguir a recomendação do Ministério Público sobre restrição dessas atividades", afirmou o membro do Centro de Contingência da Covid-19 em São Paulo, José Medina. A restrição em vigor nas últimas semanas havia levado a Federação Paulista de Futebol (FPF) a se mobilizar para manter a disputa do Estadual em outros Estados. A entidade realizou duas partidas em Volta Redonda (RJ) nesta semana para escapar das restrições e chegou a marcar um jogo entre Ponte Preta e Santos no Rio, porém o compromisso foi desmarcado pela Prefeitura da cidade.
Com a nova determinação do governo, a FPF terá novo trabalho para repensar o cronograma de jogos do Campeonato Paulista. A entidade contava com o retorno do futebol no dia 31 de março, ao fim do período emergencial. A prorrogação do período deve fazer os clubes terem uma nova reunião com os dirigentes da Federação para debater soluções e encontrar uma maneira de realizar os jogos. Ninguém quer parar. nem clubes nem jogadores.
O objetivo é manter a disputa e garantir que a competição se encerre em 23 de maio, conforme previsto, mesmo que para isso seja necessário marcar partidas a cada dois dias, menos do que as 72 horas estabelecidas por lei. Até agora, a fase emergencial fez a FPF adiar a realização de 15 partidas. A prorrogação anunciada pelo governo fará com que entre sexta-feira até 11 de abril mais 32 compromissos do Estadual sejam afetados.
Um dos grandes interesses dos clubes em manter a disputa é o fator financeiro. Os times do interior têm a receber ainda mais R$ 2 milhões em cotas de televisão e dependem do retorno do Estadual para que o dinheiro seja repassado. A FPF também distribui premiações de acordo com a posição final. O valor máximo é de R$ 5 milhões, que é dado ao campeão.
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