Sócrates morreu no dia 4 de dezembro de 2011, em decorrência de uma infecção intestinal, mas antes de partir, decidiu contar sua história dentro e fora dos campos e coube à sua mulher, Kátia Bagnarelli, a missão de transformar tudo isso em uma biografia.
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Segundo Kátia, que foi casada por três anos com o jogador e médico, o livro passa pela infância do atleta até os últimos dias de sua vida, com destaque para sua atuação na histórica Democracia Corintiana. “Tem trechos que ele mesmo escreveu, alguns que eu o gravei falando e outros que ele me contou e eu escrevi”, comentou a viúva.
Ela garante que há revelações na biografia. “Ele narra os bastidores da seleção de 1982. Conta algumas coisas que ajudam a entender o motivo do fracasso daquele time fantástico”, conta.
Sócrates Eterno será lançado em 19 de fevereiro, aniversário do jogador, durante exposição na CBF – essa é uma novidade porque, em vida, Sócrates não se metia com a Confederação. Entretanto, já é possível adquirir o livro pela internet, no site da BB editora. Os primeiros três mil livros vão acompanhados de escultura do craque.
Outras pessoas tentaram fazer a biografia de Sócrates contada por ele. Até que um dia o doutor pediu à sua mulher que escrevesse a história original.
A obra relata detalhes de sua luta contra o alcoolismo e relação com a política. “Ele conta que um dia, aos 10 anos, viu o pai queimando livros e entendeu melhor o Golpe de 64. Foi o primeiro momento de consciência política dele”, diz Kátia.
O livro terá interatividade diferente com o leitor, que poderá usar aplicativo para ver os vídeos em que personalidades como Ronaldo, Zico, Toquinho, entre outros, falam de Sócrates.
Existe ainda um projeto para que aconteça um filme sobre o ídolo da torcida corintiana.
A biografia não conta com a participação de outro familiar. “Não fomos consultados, mas não temos como proibir. Só acho que, com a participação da família, a obra seria mais completa. Tudo bem”, disse Gustavo, um dos filhos de Sócrates (teve seis), ao Estado. Kátia diz que sempre foi bem tratada pela família do marido, mas tudo mudou após sua morte.
CASÃO VIRA FILME E ÓPERA
Um dos ex-jogadores que comentam o futebol com maior personalidade no Brasil, Walter Casagrande Júnior mais uma vez terá destaque longe dos campos. Após sua biografia, lançada em 2013, ser um sucesso de vendas, a história de Casão, como é chamado carinhosamente, vai virar filme e uma ópera-rock.
A ideia de retratar nas telas de cinema tudo que o ex-jogador viveu foi do ator José Loreto. “Ele leu o livro, ficou empolgado e quis conhecer o Casa e eu. Depois de um tempo, falou que a obra daria um filme e que ele queria fazer o papel do Casagrande”, lembra o jornalista e escritor Gilvan Ribeiro, autor da biografia Casagrande e Seus Demônios, que ficou meses na lista dos mais vendidos do País e até hoje é bem comercializado nas livrarias físicas e virtuais. Loreto já fez um filme ligado ao esporte. Atuou no papel de José Aldo na obra que contou a história do lutador de MMA.
O filme sobre Casagrande deve ser lançado no ano que vem e, assim como o livro, vai abordar sua dependência química e luta para se livrar das drogas.
O ex-jogador e Gilvan venderam os direitos da biografia para o cinema, mas, antes, Casagrande fez alguns pedidos. Um deles para que o roteirista fosse seu amigo Marcelo Rubens Paiva – colunista do Estado. Também indicou atores e o diretor será Mauro Lima. A obra será coproduzida pela Globo Filmes e por Frederico Lapenda, pernambucano radicado nos EUA, que já fez alguns filmes em Hollywood e trabalhou com nomes como Nicolas Cage, 50 Cent, Stan Lee. A produção será da Media Bridge.
O publicitário Washington Olivetto definiu: “Walter Casagrande Júnior foi o jogador e é o comentarista mais rock’n’roll da história do futebol brasileiro”. A frase está na biografia e Casão aprova, mas viverá experiência diferente em relação à música. Sua história também vai virar uma ópera-rock.
Apaixonado por rock, em especial o heavy metal, o ex-atacante passou a frequentar mais teatros, muito em decorrência da amizade com o maestro João Carlos Martins. Entretanto, coube a um outro amigo, Arrigo Barnabé, a ideia de transformar o livro em um musical. “É uma conversa bem antiga e que voltou a caminhar recentemente”, explica Gilvan Ribeiro.
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