O italiano Mario Ferri, protagonista de uma invasão ao gramado durante o duelo entre Portugal e Uruguai, foi banido dos demais jogos da Copa do Mundo e perdeu o Hayya Card, cartão exigido pelo Catar para acesso aos estádios. Durante o ato no Estádio Lusail, o homem de 35 anos, conhecido por outras manifestações do tipo, carregava uma bandeira da causa LGBT+ e vestia uma camiseta com as frases “Salve a Ucrânia” e “Respeito pelas mulheres iranianas”.
“Após a invasão do campo que ocorreu durante a partida de Portugal x Uruguai na noite passada, podemos confirmar que o indivíduo envolvido foi liberado logo após ser retirado do campo. Sua embaixada foi informada. Como consequência de suas ações, e como de praxe, seu Hayya Card foi cancelado e ele foi banido de estar em futuras partidas neste torneio”, informou o Comitê Supremo do Legado da Copa do Mundo.
Seguido por mais de 150 mil contas no Instagram, Ferri se denomina “jogador de futebol” e “pirata moderno”. Invade gramados durante jogos de futebol desde 2010, mas, no início, não tinha motivações políticas ou sociais. A primeira vez foi durante um embate entre Sampdoria e Napoli, pelo Campeonato Italiano. Na ocasião, só queria pedir a Marcelo Lippi, técnico da seleção italiana na época, a convocação do atacante Antonio Cassano.
Mais tarde, na Copa da África do Sul, que teve a Itália eliminada na primeira fase, invadiu a semifinal entre Alemanha e Espanha com uma faixa dizendo “Lippi, eu te avisei”. Ainda em 2010, começou a usar o ímpeto de invadir o campo para fazer protestos, como durante o jogo da Inter de Milão contra o Mazembe, no Mundial de Clubes, vestindo uma camiseta com a frase se manifestando contra a condenação de morte da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani.
Mario Ferri também já pisou em gramados brasileiros para protestar. Durante a Copa de 2014, interrompeu a partida entre Bélgica e Estados Unidos na Arena Fonte Nova, em Salvador. Naquele dia vestia uma camisa azul com o símbolo do personagem Super-Homem estampado, assim como na última segunda-feira, mas a frase exibida era “Salvem as crianças da favela”.
Na atual edição da Copa, escolheu algumas das causas humanitárias de maior evidência no momento. A bandeira LGBT+ é um protesto contra o próprio Catar, que tem regras rígidas de repressão contra a comunidade. Já as duas frases em sua camisa eram referentes à invasão russa à Ucrânia e a onda de protestos realizados por mulheres iranianas após a morte de Mahsa Amini, detida pela polícia moral do Irã por uso de “roupas inadequadas”
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