O resultado magro não reflete a estreia da Inglaterra na Eurocopa. Com futebol bastante ofensivo, de toques rápido e extrema velocidade, os ingleses abriram sua participação com bela apresentação, em Wembley. O 1 a 0 em Londres ficou barato para a Croácia, dominada totalmente, que viu a seleção rival se vingar de eliminação nas semifinais na Copa do Mundo da Rússia.
Três anos após chorar uma dolorosa derrota na semifinal em solo russo, de virada, por 2 a 1, com gol na prorrogação, os ingleses se vingaram com imposição sobre os croatas. Confirmando que não é apontada como uma das favoritas à toa, a seleção da rainha foi bastante forte em Londres. E só não ganhou com mais folga por causa das defesas do goleiro da Croácia ou por parar na trave.
Antes de a bola rolar no lendário estádio de Wembley, os jogadores ingleses se ajoelharam em ato contra o racismo. Os croatas não repetiram o gesto. Preferiram se concentrar no duro duelo que tinham pela frente.
E a dificuldade esperada se confirmou rapidamente. Empurrados por empolgados torcedores nas arquibancadas, a Inglaterra assustou de cara. Logo com cinco minutos, Folden carimbou a trave em chute colocado de pé esquerdo. Pouco depois, Sterling saiu na cara do goleiro e, ao invés de finalizar, tentou o drible e acabou desarmado. Era um massacre inglês, com chances criadas aos montes. A vice-campeã do mundo estava totalmente descontrolada em sua estreia.
E foi totalmente envolvida durante toda a etapa. A ideia era se ajustar no vestiário, contudo, o clima na seleção inglesa era de "decisão". Com toques rápidos e muita velocidade, finalmente chegou ao tão buscado gol. Walker encontrou Sterling, que finalizou antes do combate do zagueiro e correu para festejar. O gol causou gritaria gigante de alegria e alívio dos torcedores.
O artilheiro Harry Kane teve sua chance para ampliar. Mas acabou não desviando o cruzamento para as redes e ainda se chocou com a trave, em novo lance de apreensão com atendimento a jogador no campo após o caso do dinamarquês Eriksen, que desmaiou no gramado no sábado. Superou as dores, rapidamente, para aplausos efusivos.
O goleador não deixou sua marca e ainda acabou substituindo antes do apito final. Em seu lugar entrou Bellingham, de 17 anos, jogador mais jovem a defender a seleção principal inglesa. Pouco pegou na bola e também assustou, em choque de cabeça com um oponente. Recebeu atendimento e voltou para participar de uma linda e merecida festa de quem mais jogou bola em Wembley. A Inglaterra, que teve seus clubes nas principais finais do continente, mostra disposição para voltar a brilhar, também, como seleção.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.