Neste domingo, dia 17, Javier Milei, recém-empossado presidente da Argentina, marcou presença nas eleições do Boca Juniors. No entanto, sua aparição não foi bem recebida por alguns membros do clube, que expressaram descontentamento e o vaiaram por seu apoio ao ex-presidente Mauricio Macri, membro da chapa de oposição nas eleições da equipe de Buenos Aires. Ele também renegou o Boca no passado.
Milei, que assumiu o cargo de presidente há apenas uma semana, chegou ao estádio La Bombonera protegido por um casaco de chuva, devido a uma tempestade que causou estragos em todo o país e resultou na morte de 14 pessoas. Ele fez questão de cumprimentar alguns dos torcedores presentes na principal arquibancada do estádio do Boca.
No entanto, assim que sua presença foi notada, Milei enfrentou a hostilidade de alguns críticos ao deixar a cabine de votação. Eles vaiaram e criticaram seu apoio declarado à chapa de oposição, que está em disputa com a situação liderada pelo grande ídolo do clube, Juan Román Riquelme.
Vale destacar que Milei tem forte conexão com o futebol argentino. O novo presidente da Argentina ainda antes de ingressar na política, foi goleiro do Chacarita Juniors. O mesmo clube que teve, anos depois, o atacante Germán Cano, atualmente no Fluminense de Fernando Diniz, no elenco. Há ainda uma polêmica sobre o economista ter trocado de equipe do coração devido a uma “desavença” com os dirigentes do Boca no passado.
A carreira de Milei debaixo das traves foi apenas em categorias de base do Chacarita Juniors, clube da região de Chacarita, em Buenos Aires, e que joga a segunda divisão do campeonato nacional. Milei integrou um grupo de atletas adolescentes por volta dos 13 anos de idade. “Atirava-se em todas as bolas. Era um maluco debaixo das traves. Podia dar certo ou errado, mas, sinceramente, não me lembro de ter falhado ou de termos perdido um jogo por causa dele. Quando jogava, ele ia bem”, contou Eduardo Perico Pérez, que integrou aquela equipe, ao Infobae, portal de notícias argentino.
A trajetória se estendeu pela década de 1980, mas não foi frutífera para o jovem oriundo de Palermo, bairro nobre da capital argentina. Entretanto, desde que passou a ter mais holofotes na política, Javier Milei teceu comentários sobre futebol, criticou Maradona e “abandonou” o Boca Juniors.
O ídolo máximo dos argentinos, morto em 2020, identificava-se com políticas progressistas e tinha até uma tatuagens de Che Guevara e de Fidel Castro. Durante a campanha presidencial que acaba de ganhar na Argentina, um post seu de 2016 foi resgatado antes do pleito. Na mensagem, o agora presidente argentino debochava de Maradona e o chamava de “Maradroga”, numa referência ao período em que o jogador usou drogas.
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