Afastado do comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por acusações de assédio moral e sexual, Rogério Caboclo sofreu nova derrota nesta segunda-feira. Lutando para retomar o poder da entidade, o dirigente viu a Justiça do Rio de Janeiro cancelar o seu pleito e a consequente eleição à presidência por irregularidades em mudança do estudo, em 2017.
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), foram nomeados para comandar a CBF por 30 dias, não são obrigados a aceitar e têm cinco dias para dar resposta.
A Justiça do Rio de Janeiro determinou a nulidade da Assembleia Geral da CBF baseada em uma limitar que contestava a mudança na forma de votação para a presidência de entidade e tramitava no Ministério Público. Sem consenso dos clubes, Caboclo teria feito uma manobra nas regras eleitorais em 2017 para dar peso maior às federações, com votos valendo 3. Clubes da Série A ficaram com peso 2. E da Série B, com peso 1 na eleição de abril de 2018.
A sentença foi assinada pelo juiz Mario Cunha Olinto Filho, da 2.ª Vara Cível da Barra da Tijuca do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). É em primeira instância e cabe recurso, já adiantado pela entidade.
"Os presidentes da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, e do Clube de Regatas do Flamengo, Rodolfo Landim, informam que analisarão em conjunto com federações, clubes e advogados a decisão da Justiça do Rio de Janeiro que os nomeiam interventores da Confederação Brasileira de Futebol. Tão logo tomem uma decisão, os presidentes da FPF e do Flamengo se manifestarão publicamente", traz o comunicado feito em conjunto por Landim e Carneiro Bastos.
Caso aceitem, eles terão de convocar as 20 federações e os clubes para um novo pleito para definir um novo comando da CBF. A diretoria da entidade, a princípio, está mantida provisoriamente.
A CBF alega não ter sido notificada da anulação da eleição de Caboclo e promete recorrer. Na defesa, justificará que a decisão fere o artigo 217 da Constituição Federal que protege a entidade a sua organização de funcionamento.
Uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) estava convocada para o próximo dia 3 de agosto, justamente para debater as conclusões da comissão de ética da CBF para apresentar a decisão sobre as investigações no caso Caboclo. Há a possibilidade de adiamento após a nulidade do mandado do presidente afastado.
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