O juiz Christopher Alexander Roisin, da 14ª vara cível de São Paulo, determinou nesta quarta-feira o bloqueio de R$ 7.834.232,61 das contas do jogador Willian Bigode e de suas sócias, Loisy de Siqueira, mulher do atleta, e Camila Moreira de Biasi na empresa de consultoria financeira WLJC. A decisão se dá no âmbito do processo movido pelo lateral-direito Mayke.
“Na medida em que não foram localizados bens das pessoas jurídicas em quantia suficiente para garantir o resultado útil deste processo. O valor do bloqueio é limitado a R$ 7.834.232,61, à falta de planilha atualizada”, escreveu o juiz em sua decisão.
Anteriormente, o juiz do caso não havia atendido o pedido dos advogados de Mayke para incluir os sócios das empresas Soluções Tecnologia (responsável por transformar moeda corrente para criptomoedas) e WLJC no processo, apenas da XLand, empresa responsável pelo investimento em criptomoedas. Porém, o bloqueio das contas vinculadas aos respectivos CNPJs não auferiu capital suficiente para ressarcir as perdas indicadas pelo jogador do Palmeiras. Diante dessa negativa, a Justiça deferiu o pedido para incluir as contas ligadas aos CPFs dos sócios das empresas acusadas de participação no golpe.
Decisão semelhante havia sido proferida no processo movido por Gustavo Scarpa, mas a liminar foi derrubada posteriormente. O escritório que cuida da defesa de Willian Bigode se manifestou e disse que tomará as providências cabíveis para reaver o acesso dos clientes aos valores bloqueados.
“Considerando que se trata de uma decisão precária e prematura, tendo em vista que o prazo de defesa sequer foi iniciado, adotaremos as medidas cabíveis a fim de buscarmos a reforma da decisão por meio da interposição do recurso processual adequado junto a instância superior. Por fim, reiteramos a irrestrita convicção da ausência de qualquer responsabilidade jurídica do Sr. Willian Gomes de Siqueira, da WLJC e seus demais sócios no que se refere a qualquer prejuízo causado pela Xland Holding Ltda”, afirma a defesa do jogador do Athletico-PR.
A XLand ainda não se manifestou nos autos dos processos, tanto o movido por Mayke quanto também o de Scarpa. Tampouco houve pedido de habilitação de advogados para agirem em defesa da empresa de investimentos.
ENTENDA O CASO
O processo movido por Scarpa e Mayke aponta que partiu de Willian e de sua sócia Camila Moreira de Biasi a sugestão de investimentos na XLand, que ofereceria uma rentabilidade de 2% a 5% sobre o valor investido. Scarpa aplicou R$ 6,3 milhões, enquanto Mayke e sua mulher, Rayanne de Almeida, investiram R$ 4.583.789,31.
Os problemas com a XLand começaram em meados de 2022, quando os jogadores do Palmeiras tentaram resgatar a rentabilidade, mas não tiveram sucesso após seguidas negativas e adiamentos da XLand. Mais tarde, eles tentaram romper o contrato, mas também não receberam o valor devido.
Após seguidos contatos com os sócios da XLand, Jean do Carmo Ribeiro e Gabriel de Souza Nascimento, com Willian e Camila e um coach de gestão financeira, Marçal Siqueira, que tinha parceira com a empresa acriana, Scarpa e Mayke procuraram seus advogados e registraram um boletim de ocorrência. Desde então, o processo corre na Justiça paulista, ainda sem decisões proferidas sobre culpabilidade dos réus.
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