PUBLICIDADE

Laís Souza elogia CazéTV por estrutura com acessibilidade em transmissões do Pan

‘Cidades não foram pensadas pra dar acesso a todas as pessoas e suas necessidades’, diz comentarista do torneio no canal de streaming; ex-ginasta ficou tetraplégica após acidente

PUBLICIDADE

Foto do author Rodrigo Sampaio
Atualização:

Exibindo os Jogos Pan-Americanos de Santiago, a CazéTV convidou diferentes especialistas do esporte para comentar as disputas na capital chilena. Entre os comentaristas está a ex-ginasta Laís Souza, tetraplégica desde 2014 após acidente de esqui. O estúdio do canal, localizado no Rio, passou por alguns ajustes de acessibilidade para receber Laís Souza durante as transmissões.

PUBLICIDADE

As mudanças no espaço físico da CazéTV foram simples, porém de grande importância. Foi colocado um percurso com rampa nas instalações do estúdio e também houve cuidado com as medidas das portas do local para evitar problemas com a cadeira de rodas de Laís. Também foi disponibilizado um banheiro com acessibilidade exclusivo para a comentarista, além de um carro adaptável. Ela elogiou publicamente o canal pela estrutura em vídeos compartilhados em sua conta oficial no Instagram.

“A ideia de postar sobre acessibilidade que tive na CazéTV é chamar a atenção para que todas as empresas olhem para a arquitetura de suas instalações, das nossas cidades, hotéis, aeroportos e todos os meios de transportes”, disse Laís, ao Estadão. “Se pararmos pra pensar, nossas cidades não foram arquitetonicamente pensadas pra dar acesso a todas as pessoas e todas as suas necessidades.”

Laís Souza compartilhou foto ao lado de Casimiro Miguel, nome forte da CazéTV. Foto: Reprodução/Instagram/@lalikasouza

Medalhista pan-americana, Laís competia competia em provas de ginástica artística e começou a participar também do esqui estilo livre em 2013. Em janeiro de 2014, durante um treinamento para participar dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, ela colidiu com uma árvore e sofreu uma torção da coluna cervical que a deixou tetraplégica. A partir daquele momento, a ginasta passou a contar com cuidados intensivos.

“Eu numa situação de privilégio, diga-se de passagem, ainda consigo sair de casa, me movimentar, viajar e até pegar um avião com certa dificuldade. Mas nunca paramos pra pensar quantas pessoas não podem nem sair de casa e ir à padaria por não terem estrutura alguma no caminho. O objetivo é alertar que só conseguiremos acessibilidade de fato, se todos nós olharmos pra necessidade de quem está ao nosso redor, pois uma adaptação para me receber com segurança, pode ser bem diferente da adaptação pra receber outra pessoa com outra deficiência”, conclui.

“Nossa preocupação foi somente em garantir conforto e segurança para a Laís Souza, assim como nos preocupamos com todas as pessoas que chegam à CazéTV. Sabendo que ela estaria numa cadeira de rodas, cuidamos para que o carro que fosse buscá-la tivesse elevador e tamanho para esse transporte. Também checamos os trajetos internos e contratamos rampas para os locais em que só havia escada. Alugamos também um banheiro com rampa e tamanho razoável, porque percebemos que as portas dos que já estavam aqui, eram mais estreitas. Não foi difícil chegar a essas conclusões, foi só um racional simples sobre como cuidar das pessoas”, disse a CazéTV, em nota enviada ao Estadão.

No início do ano, Laís Souza voltou ao noticiário após revelar que foi vítima de abusos de seus cuidadores além de furtos em sua casa. A ex-atleta de 34 anos afirma que a maioria dos profissionais que lhe prestavam serviços não era bons e ficou com a confiança nas pessoas bastante abalada os traumas. Atualmente, Laís dá palestras, se dedica à arte plástica e compartilha sua rotina nas redes sociais. Após o acidente, ela também assumiu sua homossexualidade e hoje vive ao lado da namorada Beatriz Canabrava.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.