Leila Pereira rechaça possível contato com Textor e não vai a Botafogo x Palmeiras

Decisão não tem a ver com segurança, mas com vontade de evitar relação com o empresário e deixar o protagonismo para dentro de campo

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Foto do author Leonardo Catto
Atualização:

Leila Pereira não irá ao Nilton Santos, onde jogam Botafogo e Palmeiras, nesta quarta-feira, 17, pela 17ª rodada do Brasileirão. O motivo é que a presidente palmeirense quer evitar qualquer contato com o dono da SAF do clube carioca, John Textor. Os dois protagonizam uma troca de farpas nos últimos meses, após o norte-americano levantar suspeitas de manipulação de resultados.

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Enquanto Textor afirma que a equipe paulista foi beneficiada por manipulações de resultados, Leila Pereira retrucou chamando-o de “idiota” e propôs que ele fosse banido do futebol, em depoimento à CPI da Manipulação de Resultados, no Senado Federal. Circulou a informação de Leila não iria à partida desta quarta-feira por sentir que não haveria segurança para ela. Entretanto, conforme o Estadão apurou junto a uma fonte do Palmeiras, o objetivo de não viajar é apenas evitar contato com Textor.

O entendimento da mandatária é de que “não faz sentido” ir ao Nilton Santos, já que não pretende estreitar a relações institucionais entre os clubes. Tampouco há intenção de debater o conflito dos últimos meses, uma vez que ela já falou publicamente sobre o tema.

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, quer evitar contato com John Textor, dono da SAF do Botafogo. Foto: Wilton Junior/Estadão

Há, ainda, o objetivo de que o foco não seja desviado para uma disputa fora do campo. Leila quer que o futebol seja o protagonista do confronto e não o conflito entre ela e Textor.

Em novembro do ano passado, o Palmeiras bateu o Botafogo por 4 a 3, em uma virada histórica conduzida por Endrick e que levou o time paulista ao título do Campeonato Brasileiro, após rodadas de liderança do clube carioca. Ao final da partida, Textor invadiu o campo e fez acusações contra à arbitragem e à CBF.

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A partir de então, o norte-americano começou a citar supostas manipulações de resultados que teriam beneficiado o Palmeiras em 2022 e 2023. O clube alviverde venceu o Brasileirão nos dois anos. As provas, contudo, demoraram a ser apresentadas, tanto à Polícia Civil, quanto ao STJD.

Botafogo abriu 3 a 0 em novembro do ano passado, mas tomou a virada do Palmeiras, no Rio. Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Os documentos tratavam-se de um relatório encomendado por Textor junto à empresa Good Game!. O STJD considerou que o material é “imprestável” para averiguar as manipulações apontadas. Além do Palmeiras, são citados São Paulo, Flamengo, Grêmio, Atlético-MG e Bahia, oito jogadores e nove árbitros.

Após falas públicas de Leila contra as acusações, inclusive chamando Textor de “idiota”, ele afirmou que a processaria por calúnia e difamação. Para isso, o empresário contratou Paul Tuchmann, ex-promotor responsável pelo julgamento do Fifagate, para liderar o caso nos Estados Unidos.

O confronto desta quarta-feira é o primeiro entre os clubes em 2024 e a primeira partida desde aquele 4 a 3, no fim do ano passado. Os dois times ainda se enfrentarão no segundo turno do Brasileirão e cruzam entre si nas oitavas de final da Libertadores, em agosto.

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