LFF apresenta propostas, fala em ‘maximizar’ o futebol brasileiro e faz parceria com a XP

Liga Forte Futebol propõe que diferença máxima de receitas entre o primeiro e o último clube da fila não ultrapasse 3,5 vezes

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Foto do author Ricardo Magatti
Atualização:

Todos os representantes da Liga Forte Futebol do Brasil (LFF) se reuniram nesta terça-feira, 6, em um hotel em São Paulo com o objetivo de apresentar suas propostas, com números e projeções detalhadas, para a criação de uma liga única independente da CBF, com a participação 40 clubes das Séries A e B do futebol brasileiro.

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Todos os 25 clubes que compõem a LFF foram representados no evento. A comissão, formada por Mario Bittencourt, Mario Celso Petraglia, Sergio Coelho, Marcelo Paz, Alessandro Barcelos, e Marcos Salum, presidentes de Fluminense, Athletico-PR, Atlético-MG, Fortaleza, Inter e América Mineiro ficou responsável por expor as propostas e os números.

No encontro, também foi anunciada a parceria do Futebol Forte com a XP Investimento, que passa a ser interlocutora exclusiva do grupo para buscar investidores no mercado em nome dos 25 clubes do bloco, que também é assessorada por Alvarez & Marsal e LiveMode.

As discussões entre a LFF e a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) para consolidar a liga têm acontecido há meses em busca de um consenso. O principal ponto de divergência é a partilha dos recursos, sobretudo a divisão de receitas provenientes dos direitos de transmissão do Brasileirão.

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Dessa maneira, os membros da LFF decidiram apresentar seus propostas e explicaram os critérios de distribuição, com ênfase na partilha das receitas vindas dos direitos de TV. Eles dizem que o propósito principal é maximizar o Campeonato Brasileiro. O entendimento é de que o produto é mal explorado pela CBF, pouco conhecido no exterior e que existe um notável desequilíbrio de receitas.

“Esse desequilíbrio afugenta os investidores. O futebol brasileiro não conhecido no mundo inteiro. Os países não conhecem nossas marcas. Eles conhecem a seleção brasileira. A ideia é fazer todo o bolo crescer com a melhor divisão de receitas”, argumentou o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz.

Representantes da LFF se reuniram em São Paulo e apresentaram propostas Foto: Divulgação

A divisão do dinheiro proposta pela LFF tem 45% divididos de forma igualitária, 30% sobre performance e 25% por apelo comercial. Eles entendem que a diferença máxima de receita entre o primeiro e último clube não deva ultrapassar 3,5 vezes. A organização se apoia no modelo de receita adotado pelas principais ligas do mundo, como a Premier League a La Liga.

“Precisamos olhar para frente e decidir se vamos ser uma das três maiores ligas do mundo, seguindo os modelos que geraram sucesso no mundo todo, ou se vamos ficar discutindo como manter o futebol brasileiro como mero exportador de talentos, tentando manter os privilégios gerados pelo modelo atual”, afirmou o presidente do Fluminense, Mario Bittencourt.

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Ele é uma das liderança do movimento, cujo decano é Mario Celso Petraglia. O mandatário do Athletico-PR reforçou que o que se busca é “uma igualdade maior entre os clubes para que a gente possa vender melhor o produto”.

“A nossa intenção é crescer as receitas. Se não tivermos esse limitador decrescente, as distâncias ficarão cada vez maiores. Está provado que performance em campo é diretamente proporcional ao fluxo de caixa. Queremos igualdade, não diferenças absurdas”, pontuou Petraglia. O Athletico-PR é o único clube da Série A que não tem acordo com o Grupo Globo pelos direitos de transmissão na TV fechada.

“O Athletico-PR não vendeu os direitos para a Globo porque o Flamengo deve faturar R$ 160 milhoes no Pay-per-view e a nos caberiam R$ 2 milhões”, justificou, fazendo a comparação entre os valores.

“Quem tem mais ganha mais. Mas olhando pros dados históricos, essas diferenças nunca serão como no PPV. Isso gera estímulo positivo para que os times aumentam a atratividade, melhora audiência e melhora o produto. Ai a gente sai desse ciclo vicioso. A distribuição meritocrática vai ser melhor pra todo mundo”, defende Edgard Diniz, sócio da LiveMode, empresa que auxiliar os clubes da LFF.

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Também houve nesta terça outro encontro, com representantes técnicos que auxiliam a LFF e a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) em mais uma tentativa de avançar na discussão sobre os cálculos para resolver o principal impeditivo do acordo: chegar em um modelo que não permita que o primeiro da fila receba mais de 3,5 vezes do que ganha o último.

Conversas lentas em andamento

O Estadão apurou que as conversas para a construção da liga única têm avançado lentamente. Embora alguns clubes que pertencem à Libra concordem com o modelo apresentado pela LFF, Flamengo e Palmeiras, principalmente, não estão de acordo. Os dois, além de Corinthians e São Paulo, são os que mais ganham com direitos televisivos.

A diferença máxima de 3,5 vezes entre o primeiro e o último time proposta pelos 25 clubes da LFF não agrada principalmente o Flamengo, um dos poucos que têm direito ao mínimo garantido do contrato atual de pay-per-view.

O Forte Futebol considera que nenhum clube deve receber menos do que a receita de 2022 e sustenta que o bolo total traga uma divisão na proporção 80/20 com as equipes que disputam a Série B.

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A LFF é composta por América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventute, Londrina, Náutico, Operário, Sampaio Corrêa, Sport, Vila Nova e Tombense.

A Libra é formada por Botafogo, Cruzeiro, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vasco.

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