Conselheiro do Palmeiras e um dos líderes da torcida Mancha Alviverde, Paulo Serdan, atacou nesta segunda-feira a decisão do presidente do clube, Maurício Galiotte, de se afastar das torcidas organizadas como resposta ao protesto realizado no último domingo. Serdan afirmou durante transmissão ao vivo feita pelo seu perfil no Facebook que a organizada não tem privilégios por parte da diretoria.
"O protesto foi feito sem a intenção de violência. Bateram no vidro lá e o vidro estourou, infelizmente. Mas não foi uma coisa premeditada. Se fosse, os caras tinham apedrejado o ônibus", disse Serdan. No ato, realizado no domingo, antes da vitória sobre o Flamengo, os palmeirenses atiraram pipoca e pamonha no veículo que transportava o elenco. Um vidro acabou quebrado e os estilhaços atingiram dois jogadores da equipe.
Serdan afirma que Galiotte lhe recebeu no clube na última quinta-feira e em conversa, admitiu erros. "Lá no clube, você assumiu a sua incompetência, assumiu para mim os seus erros. Você não falou para mim que o Cuca ligou para dois jogadores do Palmeiras para eles não jogarem contra o Corinthians? Você não falou que tem a gravação disso aí? Por que você não solta isso para a imprensa, Maurício?", afirmou.
Após o ato da torcida no domingo, a diretoria do Palmeiras levou o caso à polícia e prometeu solicitar a abertura de investigação para apurar o episódio. Em nota oficial, Galiotte escreveu que manterá a política de não conceder privilégios às organizadas, posição contestada por Serdan. "O que é que a gente já foi pedir para vocês? Quando tem jogo importante a gente compra ingresso no Gol Norte, 30, 40 ingressos e paga o preço cheio. Nem preço de estudante vocês fazem", comentou.
Na transmissão o conselheiro conta que Galiotte havia lhe prometido tomar alguma atitude contra o elenco em caso de derrota para o Flamengo e só depois disso liberaria a torcida para um encontro com elenco. Serdan questiona o motivo da mudança de postura do presidente no teor da nota oficial publicada nesta segunda-feira no site do Palmeiras.
Por fim, Serdan afirma que a diretoria atual do Palmeiras merece ser alvo de um protesto similar ao feito contra o desempenho da equipe. "Tinha que jogar banana, sim, tinha que jogar pamonha, pipoca, milho. É o que vocês merecem. Você e o Mattos (Alexandre Mattos, diretor de futebol) merecem mais que os jogadores. Não vem agora dar uma de Paulo Nobre, não", disse.
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