O uruguaio Diego Lugano, superintendente de relações institucionais do São Paulo, afirmou já ter estudado o movimento Democracia Corintiana e que teve como companheiro de equipe um jogador homossexual. As informações foram publicadas, nesta sexta-feira pelo site argentino Infobae.
"O Corinthians é meu maior rival aqui (no Brasil). Sócrates era um fenômeno, uma besta como jogador. Foi um momento muito particular da sociedade brasileira", explicou Lugano, que acrescentou: "(Sócrates) tinha uma forma de se expressar, um carisma e uma preocupação social notável".
A Democracia Corintiana, liderada por Sócrates, irmão de Raí, que atua ao lado de Lugano na diretoria do São Paulo, porém, não foi unanimidade. O superintendente tricolor explica ter analisado os "dois lados da moeda".
"Eu também escutei Emerson Leão, uma personalidade forte, que era parte da Democracia. Disse que era muito linda a Democracia Corintiana, mas que não o deixavam treinar. É verdade, muito linda a democracia para decidir tudo, mas se de repente seis queriam treinar, e dez não, não te deixavam? É muito romântica a história, Sócrates é um fenômeno em um contexto social e político muito especial (ditadura militar brasileira), mas, bem, temos que dar a dimensão necessária", concluiu.
Sobre ter atuado ao lado de um companheiro de equipe homossexual, Lugano afirmou, sem revelar o período e o clube em que jogaram juntos, ter consciência de que o futebol é um ambiente machista e que via a situação com naturalidade.
"Eu tive um companheiro homossexual e houve polêmica a princípio, mas depende muito da conduta. Se é eficiente, se é boa pessoa, faz seu trabalho e não prejudica ninguém, não importa (a orientação sexual). O futebol teoricamente é um ambiente machista, creio que todos tivemos uma experiência de ter compartilhado (o trabalho) com algum jogador homossexual. Que faça o melhor de sua vida para ser feliz. Vejo de forma muito natural", concluiu.
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