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Lula diz que Robinho já deveria estar cumprindo pena por estupro no Brasil: ‘Crime imperdoável’

Jogador foi condenado a nove anos de prisão pela justiça italiana; decisão no STJ vai sair no dia 20 de março

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Foto do author Mirella  Joels
Atualização:

No dia 20 de março, Robinho deve descobrir após o julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) se vai cumprir pena no Brasil. Na justiça italiana, o jogador já foi condenado a cumprir a pena de nove anos por estupro coletivo. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o jogador já deveria estar cumprindo a pena no Brasil. Em entrevista exclusiva ao SBT, Lula afirmou que estupro é um “crime imperdoável”.

O presidente reforçou que todas as pessoas que cometem crime de estupro devem ser presas. “A pessoa precisa aprender que a relação sexual não é apenas o desejo de uma parte, é a concórdia das partes”, afirmou. Ele relembrou que Robinho participou de um estupro coletivo, mas achou que não cometeu crime, além de culpar a bebida. “Cria vergonha, sabe?”, enfatizou Lula.

Robinho e o Presidente Lula durante encontro em Brasília, em 2010 Foto: Celso Júnior/AE

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O julgamento de Robinho no Brasil será realizado pela Corte Especial do STJ e foi marcado poucos dias depois da condenação do ex-jogador Daniel Alves. O relator da ação é o ministro Francisco Falcão. No tribunal, 15 dos 33 ministros com maior tempo de atuação vão votar a favor ou contra o cumprimento da pena no País. Robinho foi condenado em todas as instâncias na Itália.

O julgamento, aberto à imprensa, será transmitido no canal do tribunal no YouTube. Existe a possibilidade da sessão não terminar no dia 20, caso algum dos ministros peça mais tempo para examinar o tema. Vale lembrar que a execução de sentença estrangeira está prevista na Constituição Federal, ou seja, é um procedimento comum. O papel do STJ é examinar aspectos formais da sentença, sem reexaminar o caso em si. Eles devem analisar se quem proferiu a sentença na Itália é competente, se a tradução foi feita dentro das diretrizes consulares e se não há mais recursos.

Relembre o caso

De acordo com as investigações e condenação na Justiça Italiana, Robinho e cinco amigos estupraram uma jovem albanesa em um camarim da boate milanesa Sio Café, onde ela comemorava seu aniversário. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. Ele foi condenado em primeira instância em dezembro de 2017. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação e, por isso, a participação deles no ato é alvo de outro processo.

Os defensores de Falco também dizem que seu cliente é inocente, mas pedem a aplicação mínima da pena caso haja condenação. O Estadão esteve na boate em Milão e constatou que o local passou por reforma após o episódio. Procurado pela reportagem em outubro de 2020, o advogado Franco Moretti, que representava Robinho na Itália, reforçou que seu cliente era inocente. O jogador afirmou que toda a relação que teve com a denunciante foi consensual e ressaltou que seu único arrependimento foi ter sido infiel com sua mulher. Robinho é casado.

Em entrevista ao Estadão, o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, revelou à época que ela poderia ter solicitado o pagamento de aproximadamente R$ 400 mil (60 mil euros) por danos morais, mas optou por aguardar o andamento dos procedimentos jurídicos. Na sua visão, o tribunal de Milão que condenou Robinho fez uma análise correta do caso.

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Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma jovem de origem albanesa a acusar o jogador e amigos de estupro coletivo, em Milão, na Itália. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância a nove anos de prisão. Os áudios revelados agora já estavam transcritos nos processo.

Além das gravações telefônicas, a polícia italiana instalou um grampo no carro de Robinho e conseguiu captar outras conversas. Para a Justiça italiana, as conversas são “auto acusatório”. As escutas exibem um diálogo entre o jogador e um músico, que tocou naquela noite na boate e avisou ao atleta sobre a investigação.

Robinho e Falco foram condenados com base no artigo “609 bis” do código penal italiano, que fala do ato de violência sexual não consensual forçado por duas ou mais pessoas, obrigando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade “física ou psíquica”.

Procurado pela reportagem em outubro de 2020, o advogado Franco Moretti, que representava Robinho na Itália, reforçou que seu cliente era inocente. O jogador afirmou que toda a relação que teve com a denunciante foi consensual e ressaltou que seu único arrependimento foi ter sido infiel com sua mulher.