Marta foi convocada nesta terça-feira pela técnica sueca Pia Sundhage para disputar sua sexta Copa do Mundo. Desde o Mundial de 2003, a atacante defende as cores da seleção brasileira. Eleita melhor jogadora pela Fifa em seis ocasiões, a alagoana de 37 anos quer o título que ainda não tem em sua coleção, mas pode ir além e ampliar seu recorde histórico de artilharia em Copas.
Com 17 gols em 20 jogos de Mundiais, Marta está à frente de jogadoras históricas do futebol feminina e superou em 2019 a marca inclusive do masculino, cujo detentor é o alemão Miroslav Klose com 16 tentos. Das atletas ainda em atividade, quem consta na lista de “concorrentes” de Marta é a experiente canadense Christine Sinclair, de 40 anos, que marcou 10 gols em 25 partidas.
No primeiro Mundial em que esteve em campo, em 2003, nos Estados Unidos, Marta anotou três gols. Suas maiores vítimas em Copas são os Estados Unidos (quatro gols) e a Noruega (três). Coreia do Sul, Austrália, Nova Zelândia e China assistiram à craque balançar as redes duas vezes. Contra Suécia e Itália, a artilheira marcou um gol.
Na Copa de 2023, ainda não há previsão de encarar alguma de suas vítimas. Na primeira fase, o Brasil mede forças com o Panamá (24 de julho, às 8h), França (29 de julho, às 7h) e Jamaica (2 de agosto, às 7h). Nas oitavas, a Coreia do Sul pode aparecer no caminho da seleção.
Nesta terça-feira, a jogadora foi a última a ter o nome anunciado pela técnica Pia Sundhage, que enalteceu todas as qualidades da jogadora, mas não a garantiu como titular.
Marta vem sofrendo com sucessivas lesões, mas nos últimos dias garantiu nas redes sociais que estará em plenas condições para o Mundial. Pia Sundhage conta muito com a jogadora, mas logo após anunciá-la como uma das 23 convocadas para a Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia, reiterou que a atleta não é mais a mesma de outras épocas.
“(Eu lembro da) Marta, em 2018, quando eu treinava nos EUA, ela era brilhante. Mas ela não domina mais o jogo como naquela época, por duas razões. Ela está mais velha e não tão rápida, e as outras jogadoras são muito rápidas agora”, explicou Pia.
A treinadora já havia dito em entrevista ao Estadão que vê Marta muito mais como uma jogadora para deixar as atacantes na cara do gol do que artilheira. E voltou a comentar isso nesta terça.
“Marta é a rainha, é um ícone. Estar perto dela é contagioso. É generosa, tem muita energia, no passe final é uma das melhores. Estar perto dela e ter a chance de jogar com ela é importante”, afirmou Pia. “Se vai estar como titular eu não sei, mas com certeza vai cumprir a função que daremos a ela.”
A treinadora também comentou sobre eventual pressão por ser a provável última Copa do Mundo de Marta, assim como aconteceu com Messi no Mundial do Catar. “Pressão é a palavra errada, parece meio negativa. Eu sou sortuda por estar perto da Marta, a forma como ela vai jogar e estar perto do time. Acho que podemos usar o nome e a pessoa dela de forma positiva”, considerou Pia.
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