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Messi se despede do Maracanã sem brilho, mas com vitória: ‘sei que os brasileiros gostam de mim’

Craque era a grande atração do clássico pela sexta rodada das Eliminatórias da Copa no Rio, mas passou em branco e foi substituído na reta final da partida

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Foto do author Marcio Dolzan
Atualização:

Não é exagero dizer que entre os 68.138 torcedores que estiveram no Maracanã na noite dessa terça-feira, dia 21, a maioria foi para ver o Brasil, uma minoria para ver a Argentina, e (quase) todos para ver Lionel Messi - mas não necessariamente para torcer por ele. Antes do jogo, o nome do maior jogador de futebol desta geração foi pronunciado por torcedores de Salvador, de La Plata, do Rio e de Buenos Aires que chegavam ao Maracanã. “Vim a este estádio magnífico para ver o último jogo de Messi no Maracanã”, sentenciou um torcedor com a camisa do argentino Independiente.

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Aos 36 anos, Messi foi de longe a grande atração do clássico diante de um Brasil desfalcado de seus dois melhores jogadores, os lesionados Vinicius Jr. e Neymar. E claro que o capitão argentino foi vaiado pela grande massa de torcedores brasileiros; os apupos começaram antes mesmo do jogo, durante chutes a gol no aquecimento dos jogadores, e viraram xingamentos impublicáveis quando a seleção argentina voltou do vestiário após a briga nas arquibancadas que manchou o jogo.

Para contextualizar: quando a briga na arquibancada atrás de um dos gols eclodiu, um clarão onde estavam os torcedores argentinos se formou após a chegada de policiais militares (e seus cassetetes). Todo o time argentino, capitaneado por Messi, foi ao local do confronto para tentar acalmar os ânimos. Sem muito sucesso nessa empreitada, o time voltou ao vestiário. No retorno, a torcida brasileira elegeu Messi o culpado pelos 27 minutos de paralisação.

Messi fez partida fraca no Maracanã e pouco contribuiu com a seleção argentina. Foto: Pedro Kirilos/ Estadão

Quando a bola rolou e o foco se voltou para o futebol, o craque argentino pouco apareceu. Não que houvesse desinteresse da parte dele - nunca há -, mas a marcação brasileira se mostrou eficiente. André era o mais próximo, mas dividia a função com Carlos Augusto, Gabriel Magalhães e mais algum jogador que eventualmente rondasse sua área do campo. O resultado foi um primeiro tempo em vão para o melhor do mundo, e provavelmente para quem foi ao Maracanã para vê-lo.

Messi ganhou um pouco mais de liberdade de movimentação no segundo tempo. Avançou um pouco seu posicionamento e até arriscou um chute a gol da entrada da área, mas a bola nem sequer chegou na marca da cal, interceptada pela marcação brasileira. Messi pouco fez.

Aos poucos, o capitão da seleção argentina foi se dando por vencido. Passou a aparecer isolado no campo do ataque, principalmente após a equipe alviceleste abrir o marcador com Otamendi e passar a se preocupar apenas em administrar o jogo. Aos 31, Di María entrou em seu lugar. Eram 23h35 de terça-feira, 21 de novembro de 2023, quando Lionel Messi deixava o gramado do Maracanã provavelmente pela última vez como jogador da seleção argentina. Não teve brilho, mas ficará para sempre registrado que seu último jogo no Maracanã foi com vitória. Ele se dirigiu ao banco sob aplausos e fotos.

Possível despedida de Messi do Maracanã não teve brilho, mas contou com vitória argentina. Foto: Pedro Kirilos/ Estadão

Após atuação abaixo do esperado, o camisa 10 admitiu que sentiu uma lesão e não jogou em totais condições. E aproveitou para criticar o despreparo da polícia em confusão nas arquibancadas do Maracanã. “Vimos como a polícia estava batendo nas pessoas e estávamos com alguns familiares nossos aqui. Isso aconteceu também na final da Libertadores. Eles estão mais focados nisso do que em jogar”, reclamou Messi. “Nos somos uma família e decidimos jogar para acalmar a situação.”

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Sobre o jogo, revelou que sentiu uma leve lesão muscular e que atuou no sacrifício. Por isso, não mostrou explosão nos lances e acabou passando despercebido em campo.

“Senti a lesão no início da partida, mas aguentei. Não é forte e espero voltar melhor. Mas eu realmente não joguei 100%”, admitiu, antes de expressar toda sua alegria pelo triunfo e a manutenção da liderança isolada das Eliminatórias.

“Este grupo continua a conquistar coisas históricas. Eu amo essa equipe e sempre fico feliz em jogar aqui. E sempre gosto de vencer o Brasil”, comemorou. “Vaiado e também aplaudido por alguns brasileiros, optou pela diplomacia ao comentar seu sentimento no estádio. “Quero agradecer também ao apoio da torcida brasileira. Eu sei que eles gostam de mim.”

Sobre o futuro, revelou que ainda passará um tempo nos Estados Unidos. “Ficarei mais um pouco em Miami porque as crianças vão para a escola lá. Depois vou para a Argentina e depois me preparar para a pré-temporada para jogar o ano de 2024 com força total.”