PUBLICIDADE

MP entra com pedido de medida de proteção para criança carregada pelo pai em invasão no Beira-Rio

Torcedor do Internacional agrediu o lateral-esquerdo Dudu Mandai e um cinegrafista no último domingo, em jogo do Gauchão, enquanto segurava a menina de quatro anos no colo

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

O Ministério Público do Rio Grande do Sul entrou com um pedido de medida de proteção para a criança carregada pelo pai na invasão ao Beira-Rio, em um tumulto logo após o jogo entre Internacional x Caxias, no domingo. Segurando a filha de 4 anos no colo, o torcedor colorado agrediu o lateral-esquerdo Dudu Mandai e um cinegrafista da RBS TV, afiliada da Globo no Estado.

PUBLICIDADE

O promotor João Paulo Fontoura de Medeiros, com atribuição na Infância e Juventude em Canoas, ingressou com o pedido nesta terça-feira. No documento, ele pede acolhimento institucional da criança ou a sua entrega a membro da família em condições de cuidar dela, a fim de que tenha seus direitos resguardados.

“A filha estava em seu colo, correndo extremo risco de ser agredida e lesionada. Fato mais grave apenas não veio a ocorrer por conta de alguns jogadores do time do Caxias terem-na protegido enquanto estava a implementar a ação intempestiva (e impensada) de seu próprio genitor”, argumenta o promotor.

Confusão generalizada marcou o final da partida entre Internacional e Caxias, pelo Campeonato Gaúcho. Foto: Reprodução/SporTV

João Paulo Fontoura de Medeiros determina ainda que seja realizada uma avaliação técnica por parte da equipe judiciária e designada audiência com os pais, avó materna, Conselho Tutelar e com o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), para que os responsáveis possam ser advertidos quanto aos deveres de proteção e de cuidado que devem ter com a filha.

Em entrevista coletiva, o delegado Vinicius Naham, titular da 2ª delegacia de Polícia de Porto Alegre, deu detalhes sobre o depoimento do agressor. O pai alegou que invadiu o campo para “se proteger” e que desferiu chutes contra o jogador e o cinegrafista porque “se sentiu acuado”. Não foi isso o que as imagens mostraram.

“Ele confessou, se reconheceu nos vídeos e alegou que adentrou ao campo para proteger ele próprio e sua filha, porque a torcida desceu, ele estava próximo à mureta, e começou a pressioná-lo. Teria, então, entrado no campo pra se proteger”, disse o delegado.

A delegada Elisa Souza afirmou que a mãe acompanhou a cena pela televisão e ficou desesperada com as imagens. “A mãe da menina não estava presente, foi ouvida também, e ela relatou que soube dos fatos no momento que eles aconteceram porque estava vendo o jogo, ligou para o pai imediatamente. Ela ficou apavorada, nas palavras dela”.

Publicidade

Nesta segunda-feira, o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, informou a suspensão preventiva do torcedor por tempo indeterminado. Segundo o cartola, o homem era sócio e está proibido de frequentar o Beira-Rio ou qualquer outra dependência do clube.

CONFUSÃO GENERALIZADA

Quando o homem invadiu o gramado do Beira-Rio com a filha no colo, já havia um grande desentendimento e trocas de agressões entre jogadores de Internacional e Caxias. O time colorado sofreu o empate no final da partida e perdeu a disputa de pênaltis, caindo na semifinal do Campeonato Gaúcho.

A partida foi marcada por provocações. Eron, autor do gol do empate do Caxias, celebrou a bola na rede levando as mãos aos ouvidos e depois fazendo sinal de silêncio com o dedo. O pênalti da vitória caxiense foi cobrado por Wesley Pombo, atacante que pertence ao Grêmio e está emprestado ao Caxias. Na celebração, Wesley imitou o primeiro gesto de Eron, levando as mãos aos ouvidos, em frente ao goleiro colorado Keiller e próximo da arquibancada, o que irritou tanto os jogadores quanto a torcida. O jogador compartilhou uma foto nesta segunda-feira com o nariz quebrado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.