Neymar poderia ter 124 gols a mais na carreira sem lesões nos últimos 6 anos; veja projeção

Estimativa é feita a partir da média de gols do brasileiro nas partidas entre 2018 e 2024

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Por Leonardo Siqueira
Atualização:

O histórico de lesões de Neymar se torna mais dramático quando mensurada a ausência do atacante. Desde janeiro de 2018, ele não entrou em campo em 200 partidas por causa de lesões. No período, o brasileiro jogou 205 vezes, com 128 gols marcados, uma média de 0,62 por partida. Se tivesse jogado todas as partidas que perdeu, mantendo esse ritmo, ele poderia ter ido às redes mais 124 vezes. Em números totais da carreira, isso representaria 563 gols.

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Neymar, que estava afastado dos gramados há mais de um ano por uma grave lesão no joelho esquerdo, voltou a se machucar no dia 4 de novembro, na vitória do Al Hilal por 3 a 0 sobre o Esteghlal, na Champions League da Ásia.

Esta foi a 18ª lesão do jogador desde a fratura no quinto metatarso, em fevereiro de 2018, três meses antes da Copa do Mundo da Rússia. A lesão antes do Mundial foi uma fissura no osso. Em janeiro de 2019, Neymar teve uma nova fratura no mesmo local, desta vez, sem a necessidade de cirurgia.

Lesões entre 2018 e 2024 tiraram Neymar de 200 jogos. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Já em novembro de 2023, o jogador passou pela lesão mais grave de sua carreira, a ruptura dos ligamentos cruzados do joelho, comum em atletas que realizam movimentos de rotação sobre o próprio eixo.

Os ligamentos do cruzado anterior - que controlam o movimento do joelho -, e o menisco foram danificados, exigindo uma cirurgia de reconstrução. No procedimento, um tendão do próprio joelho é utilizado para substituir a área afetada.

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De acordo com o ortopedista Ricardo Cury, professor da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, essa cirurgia visa a reconstrução dos ligamentos danificados, permitindo que o jogador volte a ter estabilidade no joelho.

Lesões Neymar entre 2018 e 2024 e quantidade de jogos perdidos

  • 11 de janeiro de 2018 - Choque - 1 jogo perdido
  • 19 de janeiro de 2018 - Problemas musculares na coxa - 2
  • 26 de fevereiro de 2018 - Fratura no metatarso - 18
  • 21 de novembro de 2018 - Dores nos músculos adutores - 1
  • 3 de dezembro de 2018 - Dores nos músculos adutores - 4
  • 11 de janeiro de 2019 - Fratura no metatarso - 20
  • 7 de junho de 2019 - Ruptura de ligamento do tarso - 8
  • 10 de agosto de 2019 - Transição física - 4
  • 14 de outubro de 2019 - Lesão na coxa - 8
  • 3 de fevereiro de 2020 - Traumatismo na grade costal - 4
  • 28 de outubro de 2020 - Dores nos músculos adutores - 6
  • 14 de dezembro de 2020 - Problema na articulação tibiotársica - 5
  • 11 de fevereiro de 2021 - Dores nos músculos adutores- 9
  • 16 de outubro de 2021 - Dores nos músculos adutores - 1
  • 15 de novembro de 2021 - Dores nos músculos adutores - 1
  • 29 de novembro de 2021 - Lesão no tornozelo - 15
  • 25 de novembro de 2022 - Lesão no tornozelo - 2
  • 20 de fevereiro de 2023 - Cirurgia no tornozelo - 15
  • 04 de agosto de 2023 - Problemas musculares - 7
  • 19 de outubro de 2023 - Ruptura dos ligamentos cruzados - 53
  • 4 de novembro de 2024 - Lesão na coxa - Expectativa de 7 jogos fora

“Existe um tempo biológico para esse tendão virar um novo ligamento, de seis a oito meses, mas normalmente com seis ele já sofreu o processo de ligamentização - passar de tendão para ligamento”, diz o ortopedista;

O processo de ligamentização ocorre quando um enxerto de tendão se transforma e passa a atuar como um ligamento natural.

Neymar deve retornar somente em 2025, com futuro ainda incerto

Mais uma vez fora dos campos, Neymar, o craque, sofreu uma ruptura no tendão da coxa direita, diagnosticada pela equipe médica do Al Hilal. Esta lesão, de grau 3, significa uma ruptura completa do tendão, a recuperação pode variar de quatro a seis semanas. Na temporada 2024/2025, o jogador atuou em apenas duas partidas, e não há expectativa de que ele volte a jogar ainda neste ano.

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Cury explica que a gravidade da lesão muscular depende da extensão do dano ao grupo muscular afetado. Quanto maior a área lesionada, maior será o tempo de recuperação.

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“É muito comum, quando o atleta volta, depois de um período longo de inatividade esportiva, por mais preparada que esteja, a musculatura não está totalmente preparada para aquele esforço do jogo em si. E aí não é infrequente eles terem novas lesões musculares neste período de volta à prática esportiva”, diz o especialista.

O calendário esportivo, com muitos jogos em sequência e a intensidade física exigida no jogo moderno, têm levado os atletas a uma exposição maior. Chama a atenção que não foi o caso de Neymar, que se lesionou com apenas 42 minutos jogados.

No passado, os jogadores precisavam de até seis meses para se recuperar de uma ruptura muscular grave. Atualmente, o processo é mais longo por conta do avanço da medicina; depois de 2016 foi descoberto que mesmo depois dos seis meses o atleta ainda pode ter um déficit muscular. O recomendado é de seis a oito meses antes do retorno à prática esportiva completa, dependendo do caso.

A sequência de lesões de Neymar levanta dúvidas sobre o quanto o jogador aguentaria um calendário intenso, ao nível europeu ou até mesmo no Brasil. Oficialmente, ninguém confirma que o atacante sairá do Al-Hilal, mesmo com interesse do Santos. Pelos números, o atacante continua sendo, mesmo com os altos e baixos, um dos maiores nomes do futebol mundial.

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