O Brasileirão vai parar? O que sabemos sobre como desastre no Rio Grande do Sul influencia o futebol

CBF deve anunciar nesta terça-feira o adiamento das partidas de clubes gaúchos como mandantes ou visitantes na próxima rodadas das competições ministradas pela entidade

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Foto do author Rodrigo Sampaio
Atualização:

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deve anunciar nesta terça-feira, 7, o adiamento dos jogos dos times gaúchos, mandates ou visitantes, em todas as competições ministradas pela entidade por causa do desastre causado pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Internacional x Juventude e Atlético-MG x Grêmio, pela 6ª rodada Série A, são algumas das partidas que serão remarcadas, ainda sem data prevista. As partidas de colorados e gremistas pela Copa Sul-Americana e Libertadores, respectivamente, também já foram adiados.

Nesta segunda-feira, 6, Grêmio, Internacional e Juventude formalizaram um pedido à CBF para que seus compromissos no Brasileirão e na Copa do Brasil sejam adiados pelos próximos 20 dias. A elevação do Rio Guaíba, que atingiu a marca de 5,3 metros, alagou tanto os centros de treinamento quanto os estádios dos rivais gaúchos — o Juventude, de Caxias, na serra rio-grandense, continua treinando.

Mas, afinal, o Brasileirão será paralisado? Segundo apuração do Estadão, a CBF não pretende tomar a decisão por ora e deve manter os adiamentos das partidas de equipes gaúchas como solução paliativa. Isso porque o problema de uma eventual paralisação seria a escassez de datas no apertado calendário do futebol nacional. Inclusive, a entidade rechaçou paralisar as competições durante a Copa América, na Data Fifa, quando os clubes perdem diversos jogadores para as suas respectivas seleções. A Conmebol, responsável por Libertadores e Sul-Americana, não irá se posicionar quanto ao assunto até um posicionamento da CBF.

Estádio Beira-Rio, casa do Inter e palco de jogos da Copa de 2014, ficou alagado.  Foto: Renan Mattos/AFP

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Uma outra hipótese seria a a criação de uma bolha para os times gaúchos, como já ocorreu na Europa. A Champions League 2019/20, vencida pelo Bayern de Munique, teve a sua reta final disputada inteiramente em Lisboa por causa da pandemia da covid-19 — à época, o Independiente Del Valle, do Equador, mandou jogos no Paraguai por causa da crise sanitária. O Maccabi Haifa, de Israel, já realizou partidas na Sérvia por causa da guerra em seu país de origem. O principal complicador para a criação de uma bolha as equipes do Rio Grande do Sul é o fato de o aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, estar com voos suspensos até o dia 30 de maio.

Para além da questão de calendário, vale ressaltar que as equipes gaúchas estão sob déficit técnico, pela falta de treinos, e psicológico. Nos últimos dias, jogadores do Internacional e Grêmio se mobilizaram para ajudar as vítimas das chuvas — o goleiro do Inter serviu comida aos necessitados, enquanto o veterano Diego Costa participou de resgates com jet skis. Recentemente, o técnico Renato Gaúcho precisou se resgatado do hotel onde mora após ficar ilhado e sem conseguir fazer contato com a família.

Nesta sexta-feira, o Santos divulgou uma nota informando que colocou as dependências do clube à disposição dos times gaúchos. “Em conversa com o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, o presidente do Santos FC, Marcelo Teixeira, colocou há pouco a Vila Belmiro e as demais estruturas do Clube à disposição das equipes do Rio Grande do Sul, se solidarizando em nome do Santos FC e reafirmando apoio incondicional”, publicou.

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