Recentemente o presidente do Vitória criticou o Corinthians e pediu “fair play financeiro” ao futebol brasileiro. O termo se refere a um conjunto de regras que tem como objetivo controlar as finanças dos clubes para que estes não contraiam dívidas e possam realizar suas transações, seja de compra de jogadores, seja pagamentos de salários, sem atrasos. Ou seja é uma fiscalização para que o clube não gaste mais do que ganha.
Nesse sentido, o Corinthians, criticado por fazer grandes contratações como a do neerlandês Memphis Depay, mas deixar de pagar dívidas com outros clubes, estaria fora das regras do fair play financeiro, segundo o economista Cesar Grafietti, que conversou com o Estadão.
Para que um clube esteja alinhado com o mecanismo ele deve comprovar que o sua despesa não é maior do que seu lucro. Nesse cenário ele consegue contratar jogadores e, ao mesmo tempo, honrar seus compromissos com os funcionários e com os outros clubes com os quais tenha feito negociações.
A Convocados, consultoria de investimentos especializada no mercado do futebol, desenvolveu um modelo de fair play financeiro. Nele apenas seis dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro estariam dentro das regras: Flamengo, Athletico Paranaense, Red Bull Bragantino, Cuiabá, Grêmio e Palmeiras.
O controle visa também uma competição mais equilibrada, para que um time não gaste mais do do que outro em contratações sem poder arcar com esses valores depois correndo o risco de não pagar outros clubes ou até mesmo seus próprios jogadores e funcionários. Esse modelo encontra resistência pelo fato do Brasil não ter uma liga unificada, mas ele vem sendo cada vez mais debatido por dirigentes, insatisfeitos com o atual sistema.
Países como Espanha e Inglaterra já atuam sob esse modelo. A UEFA também já implementou essas regras nas suas competições. Caso um clube não cumpra com as regras propostas existem punições que podem ir desde a perda de pontos até a exclusão do campeonato por um determinado período de tempo.
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