Palmeiras começa 2025 sem Crefisa, com receitas turbinadas e obcecado pelo Mundial

Na iminência de anunciar novo patrocinador, clube já gastou R$ 190 milhões em Facundo Torres e Paulinho e segue no mercado para ter elenco competitivo e não se frustrar como em 2024

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Foto do author Ricardo Magatti

O Palmeiras inicia 2025 com mudanças. O clube começa o ano sem a Crefisa, empresa da presidente Leila Pereira que encerrou no dia 31 seu contrato após uma década, e tornará oficial nos próximos dias a Sportingbet como sua nova patrocinador master. O clube espera que a nova parceira marque uma era tão vitoriosa quanto foram os dez anos com a financeira, que investiu mais de R$ 1 bilhão na agremiação, segundo a dirigente, mas também aumentou, e muito, o seu faturamento graças à visibilidade que o Palmeiras lhe deu.

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Os mais de R$ 800 milhões pagos por Crefisa e FAM em uma década - sem considerar o investimento em jogadores até 2017, depois transformado em dívida e já sanada - como patrocínio ajudou na reconstrução do Palmeiras e na consolidação como um dos times mais vitoriosos do País.

Foram 14 taças nesses período: dois títulos da Libertadores (2020 e 2021), quatro do Brasileirão (2016, 2018, 2022 e 2023), dois da Copa do Brasil (2015 e 2020), quatro do Paulistão (2020, 2022, 2023 e 2024), um da Recopa Sul-Americana (2020) e um da Supercopa do Brasil (2023).

Saem Crefisa e FAM e entra a Sportingbet, que desembolsará R$ 100 milhões fixos por ano ao clube. Esse valor aumentará e pode chegar, no máximo, a R$ 170 milhões com bônus pagos em caso de cumprimento de metas, como títulos conquistados. A ideia da diretoria é vender por valores expressivos as outras propriedades disponíveis da camisa - omoplata, manga e barra do uniforme - para alcançar R$ 200 milhões anuais com patrocínio ou até superar essas cifras, numa previsão bastante otimista.

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Leila Pereira decidiu investir em reforços após frustrações em 2024 Foto: Alex Silva/Estadão

A injeção de dinheiro com patrocínios e a venda de joias da base, a mais importante delas o talentoso Estêvão, vão turbinar as receitas do clube, que, em seu orçamento aprovado no Conselho Deliberativo ano passado, projeta arrecadar R$ 1,038 bilhão, valor recorde. O clube estima receita de R$ 301,6 milhões com negociações de atletas e ganhará neste ano cerca de R$ 161 milhões dos R$ 370 milhões (valor total da transferência na cotação da época) referentes à negociação do jovem craque de 17 anos com o Chelsea.

A diretoria havia separado R$ 220 milhões para investir em reforços, mas o fim de ano melancólico, sem o título brasileiro, a receita turbinada de 2025, graças, entre outros fatores, ao patrocínio maior com a chegada da Sportingbet fez a presidente Leila mudar os planos e decidir ampliar o investimento em contratações. “Sabemos que o futuro exige ainda mais de nós”, admitiu Leila no dia em que o time amargou o vice do Brasileirão.

Por isso, o clube já gastou R$ 190 milhões em dois atletas: R$ 72 milhões por Facundo Torres, atacante uruguaio que veio do Orlando City, dos Estados Unidos, e R$ 118 milhões em Paulinho, que se destacou no Atlético Mineiro nas últimas duas temporadas.

Outra razão da mudança de rota é a obsessão pelo Super Mundial de Clubes, neófito torneio que a Fifa organizou para ser disputado nos Estados Unidos entre junho e julho. Serão 32 dos principais times do mundo. Os representantes brasileiros são, além do Palmeiras, Flamengo, Fluminense e Botafogo.

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O Palmeiras está no Grupo A, ao lado de Porto, Al-Ahly e Inter Miami, time do astro Lionel Messi. A estreia será diante dos portugueses, no dia 15 de junho, às 19h, no MetLife Stadium, em East Rutherford, palco da final da Copa do Mundo de 2026.

Mais reforços à vista

Abel Ferreira detectou carências no elenco e Leila reconheceu que é preciso mudar a postura no mercado e a estratégia, passando a investir em atletas prontos, não somente em jovens que precisam ser desenvolvidos e possam ter bom potencial esportivo e financeiro - caso de Flaco López, por exemplo. A ideia é ter um elenco competitivo para jogar em alto nível todas as competições em 2025.

A não tão profunda reformulação está em curso e alguns atletas já se despediram. Paulinho veio para o lugar de Dudu, que se transferiu para o Cruzeiro, Lázaro voltou à Espanha já que não teve seu empréstimo renovado e Gabriel Menino e o jovem Patryck, do sub-20, defenderão o Atlético Mineiro, como parte da negociação por Paulinho. Zé Rafael e Rony também podem sair.

O plano é buscar mais quatro jogadores: meio-campista, ponta, centroavante e zagueiro, de preferência canhoto, um desejo antigo do treinador português. O meia que interessa o clube já se sabe há mais de uma semana que é Andreas Pereira. O Palmeiras ofereceu 22 milhões de euros (R$ 128 milhões) para tirá-lo do Fulham, só que o clube inglês não está disposto a vendê-lo. Também dificulta a volta do atleta ao Brasil o interesse de outras equipes europeias. Os dirigentes palmeirenses conversam com o empresário iraniano Kia Joorabchian, responsável por representar o jogador no mercado inglês.

Outras mudanças certas no plantel para a próxima temporada são o incremento de quatro atletas crias das categorias de base: o zagueiro Benedetti, o meio-campista Figueiredo e os atacantes Luighi e Thalys.

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