A definição dos grupos de Libertadores e Sul-Americana formata ainda mais o calendário dos clubes, que precisam se preocupar com a logística de viagens. Os sorteios não levam em conta se um time terá, por exemplo, que viajar uma distância maior que outro, ou até mesmo jogar contra dois adversários na altitude, como o Fluminense.
Análise
No quesito ar rarefeito, o Palmeiras foi quem mais se deu mal na Libertadores. O time de Abel Ferreira terá de jogar contra o Bolívar, no Estádio Hernando Siles, em La Paz, na Bolívia. O local fica a 3.638 metros acima do nível do mar. Somente três brasileiros venceram a equipe da casa: o Grêmio, em 1983; o próprio Palmeiras, em 2020; e o Internacional, em 2023.
O Flamengo até eliminou o Bolivar nas oitavas de final em 2024, após jogar contra o time também na fase de grupos. Entretanto, foram duas derrotas nas partidas fora de casa. Neste ano, a equipe rubro-negro terá de viajar a Quito, onde enfrentará a LDU, em uma altitude de 2.850 metros.

Sem precisar de altitude, o São Paulo terá um adversário indigesto. Foi o Talleres que impôs a pior campanha ao tricampeão da Libertadores, em 2019. Naquela edição, o time então comandado por André Jardine foi eliminado na fase prévia, após perder em Córdoba (2 a 0) e apenas empatar no MorumBis (0 a 0).
Grupo F da Libertadores tem clássicos nacional, continental e maiores distâncias
O Bahia, vindo da primeira fase, pôde ficar junto do compatriota Internacional. Os dois clubes estavam no mesmo grupo justamente em 1989, última edição disputada pelos baianos. Nas quartas de final daquele ano, os times se encontraram novamente, com resultado melhor para os colorados.
Isso tudo poucos dias depois da final do Campeonato Brasileiro de 1988, que ocorreu em fevereiro de 1989, justamente entre Inter e Bahia. Os baianos venceram por 2 a 1 na Fonte Nova e empataram por 0 a 0 no Beira-Rio.
O Grupo F ainda tem um clássico continental. Internacional e Nacional de Montevidéu já se enfrentaram 12 vezes na Libertadores. São cinco vitórias brasileiras, cinco empates e duas vitórias uruguaias.

Em 1980, o Nacional foi campeão em cima do Inter. Já em 2006, os gaúchos começaram a trajetória rumo ao título inédito com uma vitória por 3 a 0 sobre os uruguaios no segundo jogo da fase de grupos. Os últimos encontros entre os dois clubes foi na mesma fase, em 2023.
Como se não bastasse, o Grupo F ainda tem a maior distância de um brasileiro no torneio. Os colorados terão de ir a Medellín encarar o Atlético Nacional. A distância de Porto Alegre até a cidade colombiana é de 7.952km. Pior ainda para o Nacional, que tem 8.578 km de Montevidéu até o mesmo destino.
Corinthians reencontra conhecidos e Fluminense viaja alto
Ao cair no grupo com América de Cali e Huracán, o Corinthians verá dois jogadores que já conhece. Contra os colombianos, os corintianos devem ter o confronto mais duro desta fase e vão reencontrar o meia Juan Quintero. O jogador de 32 anos foi o algoz do Corinthians na própria Sul-Americana em 2024.
Foram deles os dois gols na vitória do Racing, da Argentina, na eliminação na semifinal. A derrota por 2 a 1, após um empate por 2 a 2 na Neo Química Arena, foi o fim da linha para os paulistas. Já diante dos argentinos, o reencontro do Timão será com o meia Victor Cantillo, que pelo clube entre 2020 e 2023.

No Grupo F, o Fluminense ficou como o brasileiro com a vida mais dura no torneio. Não que os adversários sejam timaços. O problema é a altitude. São 2.160 metros acima do mar em Manizales, na Colômbia, onde visita o Once Caldas. Pior ainda em Oruro, na Bolívia, com os 3.735 metros do estádio do San José.
A data base do começo das fases de grupos de Libertadores e Sul-Americana é dia 2 de abril. A Conmebol ainda vai divulgar o dia exato da estreia de cada um dos clubes nas competições.